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Na Fenasoja, Bolsonaro exalta produtores, fala do MST e ataca Petrobras

Presidente destacou, também, discurso da presidente da Organização Mundial do Comércio (OMC): "Sem o Brasil, o mundo passa fome”

O presidente Jair Bolsonaro esteve neste sábado (7) na cidade de Santa Rosa, no interior do Rio Grande do Sul, onde participou da Feira Nacional da Soja (Fenasoja). Bolsonaro foi recebido por uma motociata de apoiadores no município e, durante o evento, ressaltou a importância do trabalho do homem do campo para o desenvolvimento do país.

“A Fenasoja, berço da soja brasileira, uma exposição de voluntários que mostra para o Brasil e para o mundo a força do homem do campo”, declarou. “O trabalho de vocês, de domingo a domingo, de sol a sol, nos orgulha”.

Bolsonaro Fenasoja

No discurso, o presidente também falou a respeito da resiliência do agronegócio gaúcho, “que enfrentou obstáculos como a pandemia, a crise econômica e uma guerra lá do outro lado do mundo. Sem contar com os desafios locais, como a seca e a geada. Um exemplo disso é o trabalho que foi feito aqui no Berço Nacional da Soja”, completou.

Outro destaque da fala de Bolsonaro foi o desembarque de 25 navios no país com milhares de toneladas de fertilizantes para abastecer a agricultura nacional. De acordo com ele, a presidente da Organização Mundial do Comércio (OMC), a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweal, reconheceu o papel do Brasil na segurança alimentar mundial. “Segundo ela, sem o nosso país, o mundo passa fome”, afirmou.

O mandatário continuou seu pronunciamento dizendo da importância que o governo federal dá para o agronegócio. “Lá atrás, procuramos cada vez mais titular terras pelo Brasil para afastarmos as invasões do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra]. Nas titulações, nós trazemos as pessoas humildes do campo que, outrora, integravam o MST para o nosso lado. Cada vez mais, eles são cidadãos e trabalham lado a lado com fazendeiros em suas propriedades”, diz.

O presidente também voltou a atacar a política de preços da Petrobras. “Eles sabem [a Petrobras] que o Brasil não aguenta mais um reajuste de combustível em uma empresa que fatura dezenas de bilhões de reais por ano às custas do nosso povo brasileiro”.

Por fim, Bolsonaro declarou também a intenção de seguir com a política armamentista de seu governo. “A força de uma nação passa pelas Forças Armadas e também pelo conhecimento da população. Povo armado jamais será escravizado”, finalizou.

Após a fala, o presidente visitou as colheitadeiras usadas nas lavouras. A região noroeste do estado é pioneira na fabricação deste equipamento, sendo responsável por 60% de toda a produção no país.

A Fenasoja

A Fenasoja recebeu, em nove dias de evento, mais de 200 mil visitantes e espera mais 80 mil pessoas até o encerramento, neste domingo (8). A expectativa é uma movimentação de R$ 1 bilhão em negócios, incluindo contratos que podem ser fechados mesmo quando a feira acabar.

Importante polo do agronegócio brasileiro, Santa Rosa foi a primeira cidade do país a fazer o cultivo comercial da soja, em 1924.

O evento também marcou o encerramento da colheita da soja em todo o país. Para o presidente da Fenasoja, Elias Dallalba, o desempenho da safra foi satisfatório. “Mesmo essa nossa região do Rio Grande do Sul tendo uma seca muito forte, a gente perdeu quase 95% da nossa produção de soja, o restante do país se manteve com altos números. O Brasil novamente vai ter um recorde de produção, vamos superar o ano passado e novamente o Brasil será o maior produtor de soja do mundo”, declarou.

De acordo com Dellalba, a Fenasoja surgiu em 1966 e se tornou referência no agronegócio, especialmente pela característica da região, com agricultura focada em pequenas e médias propriedades. A média de área por família não passa de 18 hectares no noroeste do estado.