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Caso raro: vaca dá à luz gêmeos de sexos diferentes no sul de MG

De acordo com veterinário da Embrapa, os casos de prenhez gemelar são raros e, devido à diferença sexual dos animais, há complicações; entenda!

O nascimento de bezerros faz parte do cotidiano de muitos pecuaristas, mas para a família do patroleiro Márcio Heli Terra, que aguardava com ansiedade os filhotes da vaca Revista, foi um verdadeiro acontecimento. E a espera chegou ao fim com duas surpresas: não era apenas uma cria, mas duas, e de sexos diferentes.

A família Terra, de Luminárias, no sul de Minas Gerais, que conta com apenas duas vacas adultas somente para atender às necessidades familiares, conseguiu presenciar algo que muitos produtores com anos de experiência em criatórios não testemunharam. Para cada duzentas gestações bovinas, apenas uma delas conta bezerros gêmeos.

Foto: Márcio Heli Terra

Pedro Henrique, enteado do patroleiro, de apenas 11 anos, empolgou-se ao acompanhar a amiga Revista dar à luz um novo amigo para acompanhá-lo em seu dia a dia. Quando Revista se levantou para reconhecer o filhote, a vaca surpreendeu todo mundo e trouxe à vida mais uma cria. Dessa vez, uma fêmea.

“Foi algo surpreendente. Não esperávamos receber bezerros gêmeos. Felizmente, não ocorreram complicações no parto tanto para a mãe, como para os filhotes. Eles nasceram saudáveis e com muita energia e estão sempre correndo e brincando”, diz Márcio.

Segundo ele, sua esposa Polyanna, mãe de Pedro Henrique, batizou a bezerra como Pandora e eles estão recebendo sugestões para escolha do nome do macho.

Raridade

De acordo com Luiz Osvaldo Fonseca de Rezende, médico veterinário da Embrapa Cerrados, os casos de prenhez gemelar em vaca são bem raros, mas não existem riscos para a vaca ou para os bezerros.

Porém, quanto a gestação envolve filhotes de sexos diferentes, um macho e uma fêmea, ocorre a patologia chamada de freemartismo. Essa condição é provocada pela troca de material genético que ocorre dentro do útero e interfere no aparelho reprodutivo da fêmea, que nasce com características de macho. Para o macho, o problema é menor, mas em alguns casos eles podem ter sua fertilidade afetada.

“Eu não recomendo usar esses animais para reprodução. A fêmea nasce infértil e com uma doença degenerativa no aparelho genital. Minha recomendação é que eles sejam destinados ao rebanho de corte, tanto a fêmea quanto o macho. O fato de terem nascido de gestação gemelar não causa outros riscos à saúde desses animais e não há contraindicação para o consumo de sua carne”, diz Rezende.

*Com supervisão de Fábio Santos