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Preço do boi gordo cai R$ 22,35 em uma semana, diz Cepea

O Cepea indica que a arroba do animal voltou ao patamar de R$ 209

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O movimento de correção do boi gordo continua, enquanto os frigoríficos seguem comprando lotes volumosos mesmo a preços mais baixos. Foto: Governo do Maranhão
Os preços do boi gordo voltaram a cair nesta quinta-feira, 5, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O indicador do boi gordo Esalq/B3 caiu R$ 7,50, saindo de R$ 216,50 para R$ 209 por arroba.

A entidade afirma ainda que desde a sexta-feira, 29, o boi gordo já caiu R$ 22,35. O valor da arroba saiu de R$ 231,35 na sexta, maior valor da história do Cepea, para R$ 209. No acumulado de dezembro, a baixa já é de 9,6%.

A consultoria Safras & Mercado indica que o movimento de correção continua, enquanto os frigoríficos seguem comprando lotes volumosos mesmo a preços mais baixos.

Apesar dessa baixa, a Radar Investimentos acredita que os preços do boi gordo não devem voltar ao patamar de antes. Segundo Leandro Bovo, sócio-diretor da empresa, as cotações podem cair no início de 2020, mas não se pode esperar preços como os praticados antes da repentina alta do boi gordo.

“A partir de janeiro as coisas tendem a se normalizar com os preços recuando pelo menos um pouco. Agora, o que não podemos falar é sobre queda de preço a níveis antigos, como uma arroba por R$ 150, até porque o preço estava muito defasado, há cerca de cinco anos sem correção”, afirma ele.

Motivos da alta

Um dos motivos que explicam a alta da carne bovina ao consumidor final são as exportações aquecidas, principalmente para a China. Isso ocorre porque o país asiático enfrenta um grave surto de peste suína africana. A doença, que é altamente contagiosa em porcos e possui taxa de até 100% de mortalidade, já fez os criadores chineses abaterem cerca de 40% de seu rebanho suíno, segundo o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China. Com isso, o país tem aumentado a procura por outros tipos de carnes do Brasil.

De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), outro motivo que influenciou as exportações para a China foi a habilitação de novos frigoríficos para exportar carne bovina in natura. Mais recentemente, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou a habilitação de 13 unidades brasileiras aptas a exportar carne bovina, suína e de aves para os chineses. A expectativa da associação é de que as o aumento das vendas de carne bovina fiquem acima dos 10% previstos pelo setor em 2019.

Pouca oferta de boi

Outro fator que influencia a alta da carne bovina é a pouca oferta de boi. O Cepea afirma que, de modo geral, houve um alto número de abate de vacas nos últimos anos. Com menos fêmeas no pasto, a oferta de bezerros e, consequentemente, a de boi gordo nos dias de hoje foi prejudicada.

“Nesse sentido, a pecuária nacional vai ter que responder com aumento de produtividade para conseguir atender à crescente demanda por novos animais para abate, tendo em vista que o abate de vacas atingiu volumes recordes nos primeiros meses deste ano”, informa o centro de estudos.

Festas de fim de ano

Aqui no Brasil, apesar do desemprego e da economia ainda estarem em ritmo de recuperação, as festas de fim de ano normalmente aquecem as vendas de carne. Nessa época, é normal ter um aumento na comercialização do produto, quando os atacadistas se abastecem, à espera de aumento na procura por carne. O pagamento do 13º salário à população também ajuda a movimentar esse mercado.

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