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Arroba do boi gordo caiu até R$ 6 nesta quinta-feira; veja os preços

De acordo com a Safras & Mercado, nem mesmo a baixa disponibilidade de animais tem sido suficiente para segurar o movimento de desvalorização

boi gordo em confinamento
A mais desvalorização se deu em Dourados (MS), onde a arroba do boi gordo caiu de R$ 265 para R$ 259. Foto: Sepaf-MS

O mercado físico de boi gordo registrou preços mais baixos nesta quinta-feira, 3, nas principais praças de produção e comercialização do país, de acordo com a Safras & Mercado. O analista Fernando Henrique Iglesias afirma que os pecuaristas estão cedendo cada vez mais à pressão dos frigoríficos por queda nos preços.

Com isso, os frigoríficos conseguiram alongar suas escalas de abate e agora estão em uma posição bem mais confortável. “Os frigoríficos trabalham para fechar a programação de abates até o dia 21 de dezembro. Após essa data, o mercado entrará em um ritmo mais lento, com um fluxo bastante inexpressivo de negócios, como sempre ocorre nos últimos dias do ano”, diz Iglesias.

A oferta de animais terminados, prontos para o abate, permanece restrita em grande parte do país. “No entanto, esse fator tem se mostrado insuficiente para conter a queda nos preços do boi gordo. Com este quadro desenhado, é pouco provável que haja alguma reação nos preços no restante de 2020”, frisa.

Na capital de São Paulo, os preços do mercado à vista caíram de R$ 275 para R$ 273 por arroba do boi gordo. Em Uberaba (MG), baixaram de R$ 273 para R$ 270/271. Em Dourados (MS), recuaram de R$ 265 para R$ 259. Em Goiânia (GO), foram de R$ 265 para R$ 260 por arroba. Já em Cuiabá (MT), cederam de R$ 260 para R$ 258.

Mercado da carne bovina

No atacado, os preços da carne bovina ficaram estáveis após a queda verificada na quarta-feira, 2. Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 19,85 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 15,80 o quilo, estável, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 15,40 o quilo.

Conforme Iglesias, a expectativa para o curto prazo é de novo recuo nas indicações, apesar de o fim do ano marcar o ápice do consumo de carne bovina no país.

“Isso porque os frigoríficos estão conseguindo atender com tranquilidade a demanda das redes varejistas, agora que passaram a contar com uma escala de abates mais folgada. Além disso, o consumidor médio permanece saturado, sem conseguir absorver novos reajustes da carne bovina, simplesmente migrando para proteínas animais mais acessíveis, principalmente a carne de frango”, diz.

Para 2021, será muito importante acompanhar as notícias sobre a China, maior compradora de carne bovina do Brasil. “Há informações bastante contraditórias em torno da recomposição do plantel de matrizes suínas após os recentes surtos de peste suína africana no gigante asiático”, alerta Iglesias.