Pecuária

Consumo de carne bovina é um dos menores da história, diz Agrifatto

Consumidores passam a procurar proteínas com valores mais competitivos, como as carnes suína e de frango e ovos

A alta dos preços dos alimentos é mais uma novidade para os brasileiros. Diariamente os consumidores são surpreendidos pelo aumento de preços nas prateleiras.

Os frigoríficos não ficaram para trás, um dos exemplos é a alta no preço da carne bovina.

Diante da inflação e do baixo poder de compra, muitos consumidores passam a procurar proteínas com valores mais competitivos, como carnes suína e de frango e ovos, em detrimento do produto bovino. 

Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam a valorização da carcaça casada bovina.

Comparadas as médias de junho e de julho (até o dia 19), observa-se valorização de 1,73% no atacado da Grande São Paulo.

Para o técnico Yago Travagini Ferreira, analista de mercado da Agrifatto, se analisar as últimas semanas está ocorrendo uma desvalorização da carcaça casada bovina. 

“Na verdade o que estamos vendo agora neste comparativo mensal de valorização, os preços estão relativamente um pouco maiores em relação a carcaça bovina pelo indicador Cepea no mês de julho. No entanto, se você olhar no momento da curva, como a curva está se comportando nesse momento, você verá um processo de desvalorização. No final de junho e início de julho batemos máxima e os preços foram recuando desde então”, analisa.

Para o produtor o cenário está sendo desafiador. A dificuldade de engordar o animal e a desvalorização do boi gordo na bolsa de valores estão. A perspectiva é que o preço esteja menor em outubro se comparado a maio.

“Na perspectiva de outubro abaixo de maio significa que na entressafra do boi o preço está menor que na safra. O que é muito raro de acontecer. Nos últimos 24 anos, aconteceu apenas em quatro. Um deles quando a China saiu das compras. O mercado hoje está avesso ao risco, não quer dar um ágio muito grande. Então não quer pagar muito caro para o boi de outubro”, explicou Yago.

Ainda sim, de acordo com o técnico, o segundo semestre do ano pode ser mais positivo economicamente. Com benefícios sociais e isenção do ICMS podem aumentar o poder de compra do brasileiro.