Paraná

Pesquisadores desenvolvem técnicas para aumentar produção de maçãs no PR

Além de aumentar a produção por área, pesquisas querem facilitar a mecanização dos tratos culturais e da colheita, acrescentando qualidade

Pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná)  avaliam há mais de dois anos técnicas alternativas de condução de macieiras para aumentar a produção e a qualidade da fruta. O estudo está sendo desenvolvido na unidade de pesquisa de Palmas, no Sudoeste do estado.

O objetivo é aumentar a produção por área, facilitar a mecanização dos tratos culturais e da colheita, acrescentar qualidade e reduzir custos de implantação e condução de pomares.

O Paraná é o terceiro maior produtor de maçã do país, atrás de Santa Catariana e Rio Grande do Sul. De acordo com o Deral, a fruta é explorada em mil hectares de 37 municípios. Em 2020, a produção chegou a 30,4 mil toneladas. Palmas e Lapa, na região Sul, são os maiores produtores.

“A ideia é encontrar opções superiores ao método ‘líder central’, largamente utilizado nas regiões produtoras do Brasil”, explica o pesquisador do IDR-Paraná, Clandio Medeiros da Silva. É um tradicional sistema em que as plantas são distribuídas no terreno com espaçamento amplo e manejadas com podas para ganhar formato cônico.

O pesquisador informou que estão sendo avaliados métodos de condução em sistema plano, em que as plantas são distribuídas no terreno com apoios e conduzidas de forma bidimensional (ao contrário do “líder central”, que é tridimensional), e, em outra frente, com podas que dão às árvores o formato da letra V. A principal vantagem dessas duas abordagens é o aumento de plantas por área e a boa distribuição de luz em todas as partes. Segundo ele, isso é fundamental para a qualidade final dos frutos. A produtividade dos pomares paranaenses, que é atualmente de 36 toneladas de maçãs por hectare, pode ser aumentada em pelo menos 20% com novas práticas de condução.

MAÇÃS NO PARANÁ
Foto: IDR-Paraná

Muro frutal

Clandio Silva conta que o método chamado “muro frutal” vem se destacando. Nessa proposta, as plantas são implantadas em fila, com espaçamento reduzido, como se fossem formar uma cerca-viva. “É uma disposição que favorece a mecanização”, aponta. O projeto tem previsão de encerramento no final de 2023.

No Paraná, cerca de 35% dos pomares do estado exploram a cultivar Eva, desenvolvida pelo IDR-Paraná para regiões de inverno com temperaturas amenas. “São materiais precoces, que oferecem aos produtores a possibilidade de obter melhor remuneração, já que podem comercializar frutos na entressafra de outras regiões produtoras”, pondera Silva.