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Preço do boi gordo pode voltar a bater recorde no 2º semestre, diz Safras

Neste momento, as cotações apresentam tendência de queda, mas mercado deve enfrentar oferta escassa de animais, segundo analista

O mercado do boi gordo vive um momento que pode ser considerado de calmaria nos preços após os patamares recordes observados na arroba no último mês. Na praça da Bauru (SP), os valores chegaram a R$ 325 a prazo, chegando no maior valor da história do Plano Real, segundo Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado.

De acordo com Iglesias, com a maior oferta de animais observada a partir da segunda quinzena de abril, a arroba do boi gordo foi perdendo força no mercado interno. Nesta quarta, 5, o valor indicado foi de R$ 308 em São Paulo (SP). “Apesar da queda nas cotações, não podemos esquecer que esse patamar de preço ainda é espetacular para a pecuária”, ressalta o analista.

A expectativa, no entanto, é que o cenário de preços mais baixos seja observado apenas no primeiro semestre deste ano. “A partir de junho entramos no período de entressafra do boi, com o mercado dependente de animais de confinamento, onde o gado confinado no 1º giro será menor devido aos fundamentos observados desde o ano passado, como cotação recorde nos animais de reposição e gastos maiores com nutrição”.

O analista da Safras diz que esse quadro vai provocar uma nova restrição na oferta de animais no mercado no segundo semestre, levando mais dificuldades para os frigoríficos recomporem suas escalas de abate. “No início da entressafra do boi o movimento de preços terá uma conotação diferente. O valor da arroba vai subir e pode chegar aos R$ 340 em São Paulo. Dizer que preços recordes ficaram para trás neste momento é precoce”, afirma Iglesias.

Ainda de acordo com o analista, o mês de maio deve ser o primeiro de 2021 onde os preços do boi gordo vão apresentar recuo mais significativo.