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Produção de milho em São Paulo pode ser menor diante do clima seco

Além do atraso na janela de cultivo, o tempo quente e sem chuvas no estado pode reduzir a estimativa para o milho safrinha no estado

O pesquisador científico do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura de São Paulo, Vagner Azarias Martins, disse que os números de produtividade da safrinha de milho poderão ser revistos para baixo.

O pesquisador diz que a área de milho safrinha tem crescido ano a ano em São Paulo, por conta da atratividade dos preços, embora a produtividade das lavouras tenha variado muito devido ao clima. “Neste ano, além do atraso na
janela de cultivo, o tempo está mais quente e seco, o que pode acabar modificando as expectativas de produtividade média das lavouras”, comenta.

O IEA fará nas duas próximas semanas uma avaliação das condições das lavouras de milho safrinha e de outras em todo o estado, que será divulgado em maio.

Segundo dados divulgados nesta semana pelo Instituto de Economia Agrícola de São Paulo (IEA), com base em pesquisa feita no mês de fevereiro, o estado de São Paulo cultivou uma área de 520,9 mil hectares de milho safrinha, com um aumento de 8,1% ante a temporada 2019/20. O rendimento médio das lavouras é estimado em 4.872 quilos por hectare, avançando 15% frente aos 4.236 quilos colhidos em 2019/20. A produção de milho safrinha do estado deve crescer 24,3% em relação às 2,041 milhões de toneladas colhidas em 2019/20, atingindo 2,537 milhões de toneladas na safra 2020/21.

O mais recente levantamento da Safras & Mercado, o plantio da safrinha de milho no estado de São Paulo deve ocupar 504,92 mil hectares, crescendo 6,5% ante à safrinha 2020. A produção é estimada em 3,057 milhões
de toneladas, à frente das 2,341 milhões de toneladas colhidas na segunda safra 2020. O rendimento médio deve atingir 6.056 quilos por hectare, superando os 4.926 quilos da safrinha 2020.

Milho de verão com produção estável

Para o milho de verão, Vagner Azarias Martins destaca que o levantamento de abril do IEA não deve trazer grandes alterações frente aos números previstos em fevereiro, talvez com pequenos ajustes na produtividade média das lavouras. “A área de verão vem declinando há alguns anos em São Paulo, perdendo espaço para a soja, mas o cereal segue sendo cultivado em razão de sua boa produtividade”, comenta.

Segundo pesquisa do instituto, o estado de São Paulo cultivou uma área de 339,9 mil hectares de milho verão com uma queda de 3,7% ante a temporada 2019/20, de 352,8 mil hectares. O rendimento médio das lavouras é estimado em 6.547 quilos por hectare, avançando 1,4% frente aos 6.458 quilos colhidos em 2019/20. A produção de milho de verão do estado deve declinar 2,3% em relação às 2,278 milhões de toneladas colhidas em 2019/20, atingindo 2,225 milhões de toneladas na safra 2020/21.