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Reajuste do piso mínimo do frete é defasado e ineficaz, diz entidade

Segundo o presidente da Abrava, o reajuste ajudaria se a ANTT fizesse o piso vigorar, fiscalizando as empresas para cumprirem o piso

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Foto: André Kasczeszen/APPA

A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) considera que o novo reajuste do piso mínimo de frete rodoviário, atualizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), é defasado e ineficaz.

“A tabela já saiu defasada, porque não inclui o último reajuste do diesel de 5%, feito pela Petrobras em 1º de março. Então, já chegamos na metade do gatilho para uma nova atualização”, avalia o presidente da Abrava, Wallace Landim, referindo-se ao fato de a tabela considerar o valor do óleo diesel S10, apurado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), no período entre 21 e 27 de fevereiro.

A ANTT publicou os novos valores dos fretes com aumento médio de 6,45%, 7,32%, 7,73% e 8,58%, conforme o tipo de carga, número de eixos, distância do deslocamento e tipo de operação.

Pela legislação, a ANTT tem de reajustar os valores do frete a cada seis meses ou quando a variação do preço do diesel for igual ou superior a 10%. Para Landim, além da defasagem entre o valor considerado pela tabela e o praticado na bomba, o reajuste da ANTT é também ineficaz pela “falta de fiscalização” da agência reguladora sobre o cumprimento do piso mínimo.

“Mesmo sendo parcial, o reajuste ajudaria à categoria se a ANTT fizesse o piso vigorar, se por meio da fiscalização às empresas tornassem o valor mínimo vigente. Pode haver dez aumentos, se não houver cumprimento da lei não funciona”, diz o dirigente da Abrava.

Segundo ele, a entidade está notificando judicialmente a ANTT e o Ministério da Infraestrutura acerca das autuações feitas pela agência. “Eles nos falam em 14 mil autuações, mas não mostram esses registros. Demos 30 dias para resposta e não cumpriram. Agora, vamos cobrar a transparência na Justiça”, afirma.

Quanto à possibilidade de paralisação nacional da categoria, Landim disse que uma nova greve não está descartada, mas acredita que, após a isenção do PIS/Cofins sobre o diesel em março e abril e do reajuste do piso pela ANTT, o governo ganhou “fôlego” para retomar o debate com o setor.

“Tivemos demandas atendidas, mas a nossa mobilização interna vai continuar. O presidente Jair Bolsonaro disse que em dois meses (fim da isenção dos tributos sobre o diesel) vai trazer uma solução para a categoria. Ele ganhou esse fôlego, esse tempo para buscar uma solução. O governo sabe que dois meses de isenção não resolve a nossa situação”, ressalta Landim.

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