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Brasil chega a 218,2 milhões de cabeças de gado, aponta IBGE

Em 2020, o rebanho bovino nacional cresceu 1,5%, chegando a 218,2 milhões de cabeças, o maior efetivo desde 2016

Em 2020, a alta do preço do boi gordo e o crescimento nas exportações de carne contribuíram para que o rebanho bovino crescesse 1,5% ante 2019, chegando a 218.150.298 cabeças de gado. Foi o maior número de bovinos desde 2016 (218.190.768 cabeças).

Mato Grosso e Goiás mantiveram-se com os maiores rebanhos bovinos do país e, juntos, foram responsáveis por 25,8% do efetivo nacional. Mato Grosso elevou seu efetivo em 2,3%, totalizando 32,7 milhões de animais. Goiás teve alta de 3,5% e fechou o ano de 2020 com 23,6 milhões de cabeças de gado. Em terceiro vem o Pará, com 22,3 milhões, crescimento de 6,3%. Em quarto, perdendo a terceira posição para o Pará, veio Minas Gerais, com alta anual de 6,6% em seu rebanho, totalizando 22,2 milhões de cabeças.

O maior rebanho continua em São Félix do Xingú (PA): 2,4 milhões de cabeças e alta de 5,4%, no ano. Corumbá (MS) veio a seguir, com 1,8 milhão. Com alta de 11,8% em seu rebanho (1,3 milhão de bovinos), Marabá (PA) subiu da quinta para a terceira colocação.

As informações são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2020.

Leite

Em 2020, a produção nacional de leite chegou a 35,4 bilhões de litros, recorde da pesquisa, com alta de 1,5% ante 2019. Minas Gerais seguiu liderando, com 9,7 bilhões de litros de leite, (ou 27,3% do total nacional) e alta de 2,6% em relação a 2019. Minas Gerais também obteve o maior valor da produção de leite entre os estados, R$ 16,0 bilhões, com alta de 38,9% frente a 2019. Em segundo lugar, veio o Paraná com R$ 7,8 bilhões e alta de 34,4% no ano.

Dos dez principais municípios nesse segmento, sete são mineiros, mas o primeiro lugar coube a Castro, no Paraná, responsável por 363,9 milhões de litros de leite, com alta anual de 30,0% e valor da produção de leite chegando a R$ 651,4 milhões. Em segundo lugar veio Carambeí (PR), com 224,8 milhões de litros de leite, alta de 24,9% no ano e R$ 402,4 milhões em valor da produção de leite. Patos de Minas (MG) caiu para a terceira posição, com 195,0 milhões de litros (-0,4%, no ano) e com valor de produção leiteira de R$ 352,9 milhões (alta de 39,7%).

O efetivo de vacas ordenhadas foi de 16,2 milhões de cabeças, 0,8% menor que o de 2019. Dois dos três destaques do setor tiveram decréscimo: Minas Gerais (-0,5%) e Goiás (-0,4%). Paraná, terceiro maior rebanho leiteiro nacional, apresentou acréscimo de 1,5% e totalizou 1,3 milhão de vacas ordenhadas. Minas continua com o maior rebanho leiteiro do País: 3,1 milhões de cabeças, ou 19,3% do total nacional. Em segundo lugar veio Goiás, com 1,9 milhão.

Cerca de 72,2% da produção de leite (25,6 bilhões de litros) foi adquirida por estabelecimentos com inspeção sanitária, segundo a Pesquisa Trimestral do Leite, também realizada pelo IBGE, o que significa que essa porcentagem passou então por alguma forma de industrialização. O restante da produção foi para consumo próprio das famílias e vendas diretas ao consumidor. O preço médio pago ao produtor pelo litro do leite subiu 28,9% em 2020, chegando a R$ 1,59 por litro. O valor da produção subiu 30,8% ante 2019, chegando a R$ 56,5 bilhões.

Ovos

Foram produzidas 4,8 bilhões de dúzias de ovos de galinha no ano de 2020, um aumento de 3,5% em relação à produção estimada para 2019. Com rendimento de R$ 17,8 bilhões, a produção foi mais um recorde da série histórica que, desde 1999, aumenta a cada ano. Em 2020, e em particular na pandemia, o ovo foi uma fonte de proteína alternativa mais acessível. Ao cruzarmos as informações da PPM com as da Produção de Ovos de Galinha (POG), outra pesquisa do IBGE, é possível concluir que 83,1% da produção nacional de ovos de galinha teve origem em granjas de médio e grande porte.

São Paulo seguiu como o maior produtor, responsável por 25,6% do total da produção nacional de ovos, seguido pelo Paraná (9,4%) e Minas Gerais (8,5%). Os cinco principais municípios produtores não mudaram: Santa Maria de Jetibá (ES), Bastos (SP), Primavera do Leste (MT), São Bento do Una (PE) e Itanhandu (MG).

Rebanho no Brasil. Foto: Reprodução/IBGE

Suínos

O Brasil tem o quarto maior efetivo de suínos, é o quarto maior produtor mundial de carne suína e o quarto maior exportador. Em 2020, o país tinha 41,1 milhões de suínos, com alta de 1,4% ante 2019. O número de matrizes teve a terceira alta consecutiva (1,4%) e chegou a 4,8 milhões de cabeças.

Santa Catarina manteve a liderança entre os estados, com 7,8 milhões de cabeças e alta de 2,8% no ano. A seguir, vieram Paraná (6,9 milhões) e Rio Grande do Sul (5,9 milhões). Toledo (PR) foi o maior produtor, com 1,2 milhão de suínos, ou 2,9% do total nacional. A seguir, vieram Rio Verde (GO), com 660,0 mil cabeças, e Uberlândia (MG), com 632,2 mil.

Galináceos

O efetivo de galináceos – galos, galinhas, frangos, frangas, pintos e pintainhas – somou 1,5 bilhão de cabeças, 1,5% maior que no ano anterior, com acréscimo de 21,7 milhões de animais. O Paraná lidera o ranking desde 2005, com 26,7% do total nacional. Outros destaques foram: São Paulo (13,6%), Rio Grande do Sul (11,1%), Santa Catarina (9,2%) e Minas Gerais (8,1%). Entre os municípios, Santa Maria de Jetibá (ES) apresenta o maior efetivo de galináceos desde 2016. A seguir, vieram Cascavel (PR), Bastos (SP), Itaberaí (GO) e Cianorte (PR).

O efetivo de galinhas para a produção de ovos somou 252,6 milhões, com alta de 2,0% no ano. São Paulo tinha o maior efetivo, com 21,4% do total nacional, seguido por Paraná (9,9%), Minas Gerais (8,3%), Rio Grande do Sul (7,9%) e Espírito Santo (7,2%). Os três municípios líderes são Santa Maria de Jetibá (ES), Bastos (SP) e São Bento do Una (PE).

Codornas

Em 2020, o efetivo de codornas somou 16,5 milhões de aves e a produção de ovos de codorna atingiu 295,9 milhões de dúzias, ambos com queda de 5,2% e 6,2%, respectivamente. Os líderes foram Espírito Santo (23,4% das aves e 25,1% dos ovos); São Paulo (22,5% das aves e 22,7% dos ovos) e Minas Gerais (16,2% das aves e 17,0% dos ovos). Os três estados tiveram queda, tanto no efetivo de codornas quanto na produção de ovos.

Santa Maria de Jetibá (ES) apresentou redução de 0,7%, totalizando 3,7 milhões de cabeças, e queda de 9,1% em sua produção de ovos, totalizando 70,0 milhões de dúzias de ovos produzidos. Em São Paulo, o Município de Bastos foi o maior produtor, figurando em segundo lugar nacional, tanto em efetivo quanto na produção de ovos de codorna.

Ovinos

Em 2020, houve crescimento de 4,0% no rebanho caprino e 3,3% no rebanho ovino, 12,1 milhões e 20,6 milhões de cabeças, respectivamente. A Bahia continuou líder para os dois rebanhos, com 30,1% do efetivo nacional de caprinos e 22,8% do rebanho de ovinos, cujo ranking passou a liderar em 2016, quando ultrapassou o Rio Grande do Sul. Pernambuco veio em segundo, com 25,8% do rebanho nacional de caprinos e 16,0% do total nacional ovinos.

Dos dez principais municípios em efetivo de caprinos, sete eram baianos e três pernambucanos. Em 2020, os cinco municípios na liderança eram Casa Nova (BA), Floresta (PE), Juazeiro (BA), Curaçá (BA) e Petrolina (PE).

Já os cinco maiores rebanhos de ovinos estavam em Casa Nova (BA), Remanso (BA), Juazeiro (BA), Sant’ana do Livramento (RS) e Dormentes (PE).

Mel

Em 2020 a produção nacional de mel atingiu 51,5 mil toneladas, um aumento de 12,5% em relação ao ano anterior. O valor de produção também aumentou, para R$ 621,5 milhões. Houve aumento de 52,2% nas exportações, favorecidas pela alta do dólar ao longo do ano de 2020, resultando na redução da oferta de mel em solo nacional. Isso levou ao aumento do preço, o que contribuiu para o acréscimo de 26,2% do valor de produção.

Os maiores produtores são Paraná, responsável por 15,2% da produção nacional, e Rio Grande do Sul com 14,5%. No Nordeste, os destaques foram Piauí, Bahia e Ceará, que responderam por 11,0%, 9,7% e 7,6% do total nacional. Em 2020, a maior produção de mel foi em Arapoti (Paraná), que ultrapassou Ortigueira (PR) e Botucatu (SP), agora segundo e terceiro lugares no ranking, seguidos por Itatinga (SP) e Campo Alegre de Lourdes (BA).

Piscicultura

Em 2020, a piscicultura brasileira produziu 551,9 mil toneladas, com alta de 4,3% frente a 2019. Os três principais estados produtores não mudaram: Paraná, com 25,4% do total nacional; São Paulo (10,0%) e Rondônia (8,7%).

Nova Aurora (PR), segue como principal município produtor, responsável por 3,6% da produção nacional e 14,0% da produção do estado.

Com alta de 6,1%, a Tilápia continuou sendo a principal espécie, respondendo por 62,3% do total de peixes produzidos ou 343,6 mil toneladas. A região Sul se destaca na criação de tilápias, respondendo por 48,2% do total da espécie produzido no país em 2020. O Tambaqui é a segunda espécie mais produzida, com 100,6 mil toneladas, provenientes, principalmente, da região Norte (73,0% do total).

A produção de camarão criado em cativeiro cresceu 14,1%, totalizando 63,2 mil toneladas. O valor de produção da carcinicultura foi de R$ 1,3 milhão, alta de 9,3% ante 2019. O Nordeste foi responsável por 99,6% da produção do país, que é liderada por dois estados: Rio Grande do Norte (34,8%) e Ceará (33,2%).

Aracati (CE), após dois anos como segundo maior produtor, retornou para o primeiro lugar, com 3,9 mil toneladas, alta de 31,1%. Pendências (RN), após dois anos como maior município produtor, recuou 4,5% e caiu para segundo lugar, com 3,7 mil toneladas.