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Sede da Aprosoja BR é invadida e vira alvo de vandalismo

Os atos de depredação na sede da Aprosoja foram realizados pela Via Campesina; entidade ligada ao Movimento Sem Terra (MST)

A sede da Aprosoja Brasil, em Brasília, amanheceu depredada nesta quinta-feira, 14.

O prédio, que também abriga a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), foi invadido, quebrado e pichado pelos vândalos. Os prejuízos ainda não foram calculados.

O ato foi organizado pela Via Campesina, que se apresenta como “um movimento internacional que coordena organizações camponesas de pequenos e médios agricultores”. A entidade declarou que a ação teve participação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ) e Movimento das Pescadoras e Pescadores Artesanais (MPP).

De acordo com a Via Campesina, os atos fazem parte da “Jornada Nacional da Soberania Alimentar: Contra o Agronegócio para o Brasil não passar fome”. Além de Brasília, também foram realizados ações em Recife (PE), Vitória (ES), Porto Velho (RO) e Florianópolis (SC).

Segundo a Via Campesina, “a ação, que contou com a participação de cerca de 200 camponeses e camponesas, denunciou o protagonismo que o agronegócio cumpre no crescimento da fome, da miséria e no aumento do preço dos alimentos no Brasil”.

Ato de vandalismo na sede da Aprosoja em Brasília. Foto: Reprodução/Redes Sociais

A polícia está no local. A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) ainda não se manifestou oficialmente sobre os atos de vandalismo.

Repercussão

O presidente da Aprosoja de Minas, Fábio Salles Meirelles Filho, registrou imagens da sede da associação. No vídeo, o produtor rural diz que a indignação é grande e lamenta não poder estar armado. “É uma invasão notória, violenta, agressiva e não acontece nada. O país tem que ter novo alinhamento. A indignação é muito grande. A vontade que dá vocês sabem qual é. Mas não podemos andar armados”, afirma Salles no vídeo.

A Sociedade Rural Brasileira, em nota, também repudiou os atos de vandalismo. “A SRB faz um apelo pela harmonia e diálogo entre entidades representativas do agro e movimentos sociais, mas reforça o seu repúdio à violência, ao vandalismo e ao desrespeito à democracia”.

“Lamentavelmente recebemos a notícia da depredação da Aprosoja Brasil, no qual a Aprosoja-MT também integra a diretoria, queremos rigor da lei para esses vândalos”, declarou o vice-presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber.

Em entrevista para o jornal Folha de S.Paulo, o presidente da Aprosoja Brasil, o produtor Antônio Galvan, chamou o protesto de vandalismo e informou que a polícia já esteve no escritório para identificar os responsáveis. Em setembro o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou o bloqueio de contas da entidade, sob suspeita de financiamento de atos antidemocráticos.

Galvan nega que a associação tenha financiado manifestações contra o Supremo. “Os produtores rurais têm apoiado atos pró-Brasil. Quem é contra o Brasil faz esse serviço, que é essa ato”.

Em nota, o presidente institucional da Abramilho, Cesario Ramalho, lamentou e repudiou a invasão da sede de entidades representativas dos produtores rurais brasileiros. “Mais do que nunca, o momento do país requer diálogo e respeito às instituições, e ações como esta não contribuem em nada para superação de nossos desafios em favor do desenvolvimento socioeconômico nacional”, afirmou.

Nas redes sociais, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles se manifestou sobre o episódio.

O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) também postou.

Confira o vídeo com imagens do vandalismo na Aprosoja