Soja e milho: ‘Se EUA adiarem tarifas, preços podem subir’

Especialista explica os reflexos do último relatório do USDA sobre oferta e demanda mundial nos preços das commodities

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou sua estimativa para a produção mundial de soja na safra 2019/2020 para 337,48 milhões de toneladas. Anteriormente, a projeção era de 336,56 milhões de toneladas. Os estoques finais passaram de 95,42 milhões de toneladas para 96,4 milhões de toneladas.

Para o milho, o USDA aumentou a estimativa de produção mundial para 1,108 bilhão de toneladas (1,102 bilhão de toneladas antes) e os estoques finais passaram de 295 milhões de toneladas para 300,5 milhões de toneladas.

Daniele Siqueira, analista de mercado da AgRural, afirma que as quedas registradas na Bolsa de Chicago, nesta quarta-feira, 11, não são reflexos do relatório do USDA. “Foi um dos relatórios mais ‘sonolentos’ já divulgados. Normalmente o relatório de dezembro é um que tem pouca mudança, porque o USDA não mexe na estimativa de safra dos Estados Unidos, mas nem na demanda ele mexeu”.

Segundo ela, os contratos futuros subiram durante seis pregões com a expectativa de adiamento de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos chineses e, nesta quarta, realizaram uma correção dos valores. Caso isso se concretize, os preços devem subir. “Por enquanto, o mercado não sabe se os EUA vão mesmo fazer isso. A última palavra é do presidente norte-americano, Donald Trump”, finaliza.