Tamanduá da soja causa danos a lavouras brasileiras

Maneira mais eficiente para diminuir a população do inseto é o uso do Manejo Integrado de Pragas (MIP) com rotação de culturas, informa Instituto PhytusDesde a década de 1970 há relatos da presença do tamanduá da soja (Sternechus subsignatus) nas lavouras brasileiras. Nessa época, os danos não apresentavam níveis de dano econômico. Com a expansão da soja em todo o Brasil, a praga ganhou importância pelo estrago que causa e pelo difícil controle. O assunto foi destaque no quadro Prática Rural, do Bom Dia Campo, nesta quarta, dia 27. Segundo o pesquisador do Instituto Phytus, Juliano Farias, atualmente o dano é bastante significativo.

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De acordo com Farias, no final dos anos de 90, com o tratamento de sementes, foi possível manejar melhor o problema.

– Antes disso havia dificuldades de lidar com o inseto.  Com isso, a sua população foi reduzida. Atualmente está restrita a algumas áreas onde os produtores deixam de utilizar o tratamento de sementes – relata.

Para o especialista, é simples observar a presença da doença nas lavouras.

– É muito fácil de identificar, já que não é um inseto com espécie similar na soja – afirma.

Segundo informações do pesquisador do Instituto Phytus, Rodrigo Alff, o controle químico desse inseto é difícil devido aos seus hábitos. Conforme estudo de Alff, ovos e larvas ficam protegidos dos inseticidas dentro da planta e os adultos sob folhagem na superfície do solo. Assim, a maneira mais eficiente para diminuir a população, é o uso do Manejo Integrado de Pragas (MIP) com rotação de culturas.

Biologia da praga

O inseto adulto é um besouro de cerca de 8mm de comprimento e 5mm de largura. É preto com listras amarelas transversais no dorso e paralelas na cabeça. Os ovos apresentam cor amarelada e são postos isoladamente dentro da planta, pelos orifícios, na região de anelamento, feito pela fêmea. Segundo o Instituto Phytus, é raro, mas pode haver posturas nos ramos laterais e nos pecíolos.

Na fase ativa, a larva fica alojada dentro da planta e conforme vai desenvolvendo, vai formando a galha. Esse período de atividade dura cerca de 25 dias. Após o quinto ínstar, a larva vai para o solo onde hiberna por cerca de 18 dias. Nessa fase, ela não se alimenta e fica a uma profundidade de cerca de 5 cm a 10 cm normalmente, pode ocorrer larvas em hibernação em até 25 cm de profundidade. Quando adulto, o inseto fica na superfície do solo durante o dia e a noite sobe nas plantas para se alimentar e acasalar.

Danos

Para se alimentar, o inseto, na fase adulta, raspa o caule da planta para sugar a seiva, causando a deficiência ou interrupção da seiva do ponto atingido até o ápice da planta. Para a postura dos ovos, a fêmea faz um anelamento na aste principal que, dependendo da fase da cultura, pode causar a morte da planta. 

Na fase de desenvolvimento mais adiantado da planta (reprodutiva), o risco de morte total é menor, porém, dependendo da intensidade do ataque, pode ocorrer a morte dos tecidos, acima do local do dano, até o ápice. Nessa área atacada pela postura dos ovos, há a formação de galhas devido ao desenvolvimento da larva dentro da planta.

>> Confira o quadro Prática Rural: 

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