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Meteorologia aponta 70% de chance de La Niña no verão; veja o que significa

Com isso, podemos esperar um atraso significativo na regularização da chuva no Centro-Oeste e falta de umidade no Rio Grande do Sul no fim do ano e início de 2021

Um novo relatório da Agência Americana de Meteorologia (NOAA) será divulgado nesta quinta-feira, 10, com as atualizações sobre a chance de termos o fenômeno La Niña no fim deste ano. De qualquer maneira, tanto a agência como o Departamento de Meteorologia da Universidade de Colúmbia (IRI) e o Instituto Australiano de Meteorologia estão convergindo para uma chance de cerca de 70% de La Niña para o verão 2020/2021. 

Isso porque a atmosfera já está dando diversos sinais deste resfriamento. As frentes frias que estão ficando mais estacionadas no Rio Grande do Sul são um grande sinal. Com isso, são esperados mais de 110 milímetros em algumas cidades do estado nos próximo dias e nada de chuva, por enquanto, no Paraná e muito menos no Centro-Oeste, que já registra o pior déficit hídrico desde 2014.

Outros sinais em oceanos diferentes também são indicativos  que desfavorecem o retorno da chuva no Brasil central, além do resfriamento do Pacífico. Entre julho e agosto deste ano choveu muito mais do que o normal em parte da região do oceano  Índico, pegando diversas áreas de cana-de-açúcar da Índia. 

O oceano Índico, em 2020, também não está na neutralidade e apresenta um dipolo negativo, o que traz um aumento dos volumes de chuva na faixa leste da região e, ao mesmo tempo, desfavorece o padrão de chuva na América do Sul. De acordo com os registros meteorológicos, geralmente quando temos dipolo negativo no Índico temos sucessão de um fenômeno La Niña. 

Os impactos mais relevantes dessas observações é o significativo atraso na regularização da chuva no Brasil central e a falta de umidade no Rio Grande do Sul no verão.