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Tempo: parte do Sul tem chuva acima da média mas Brasil registra menos que o esperado

De acordo com a previsão do tempo, a chuva forte deve continuar nos próximos dias, no Paraná e em Santa Catarina

Mesmo com os temporais localizados neste verão, em média, as chuvas estão abaixo do esperado para o período no Brasil. Com anomalias do La Niña, algumas áreas do Sul, que sofreram com a estiagem no ano passado, apresentam chuva acima do normal. Segundo a previsão do tempo, as precipitações devem continuar em parte da região.

No oeste Paraná, os volumes ficaram em torno dos 100 milímetros nas últimas 24 horas. Em Candói, os produtores querem começar a colher a safra, mas o excesso de chuva tem prejudicado as atividades de campo. “Ainda há previsão de muita chuva entre os dias 22 e 25 de janeiro. A temperatura vai subir, o que indica alguns períodos de melhoria, mas as janelas para os trabalhos de campo não serão grandes”, diz Celso Oliveira, meteorologista da Somar.

A partir da terça-feira, 26, o tempo fica mais firme, mas ainda assim com previsão de pancadas de chuva à tarde, segundo ele,

Embora se fale em chuva forte no Paraná e em Santa Catarina, o Rio Grande do Sul, principalmente a fronteira com o Uruguai, sente ainda os efeitos da estiagem, respondendo mais a um padrão típico do La Niña. Nos próximos sete dias não há previsão de chuva significativa no território gaúcho, colaborando com a colheita do arroz que começa no estado. A partir da quarta-feira, 27, a chuva volta a atingir toda a região Sul, inclusive o Rio Grande do Sul.

Tempo seco e a produção de arroz

A colheita do arroz acontece em grande parte do Rio Grande do Sul a partir de fevereiro, mas algumas áreas de arroz foram plantadas de forma muito precoce começam agora. Pela primeira vez, o cereal se valorizou bastante em relação a anos anteriores, mas infelizmente coincidiu com o período de La Niña, fazendo com que os reservatórios permanecessem em um nível mais baixo. No fim das contas, a instalação do arroz no Rio Grande do Sul não alcançou uma área plena por conta da falta de água nos reservatórios para a irrigação de todo o ciclo da cultura. Embora volte a chover na semana que vem isto não significa que vai aumentar os níveis de reservatórios.

No Rio Grande do Sul, 115 municípios decretaram situação de emergência por conta da estiagem que assola o estado desde o ano passado. O departamento de água, arroios e esgoto de Bagé deu início ao rodízio de abastecimento no último fim de semana. A cidade está com um déficit de chuvas desde julho de 2020, colocando diversas regiões do estado em situação de risco hídrico.

“Mesmo que a chuva aconteça de maneira mais distribuída em algumas áreas do estado e beneficie a soja, por exemplo, existem efeitos da estiagem que não vão ser revertidos mesmo com a passagem destas frentes frias”, avalia Oliveira.