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Verão começa nesta quarta-feira, às 18h48; veja como fica o tempo na estação

Período deve ser marcado pelo enfraquecimento do fenômeno La Niña

Nesta quarta-feira (21), às 18h48, acontece o solstício de verão, que marca o início da nova estação. Esse evento astronômico ocorre no momento em que os polos atingem a inclinação máxima em relação ao sol e o Hemisfério Sul recebe a maior quantidade de energia do sol.

O verão é a estação com os dias mais longos, a mais quente e a mais úmida na maior parte do Brasil. Neste ano, o período deve ser marcado pelo enfraquecimento do fenômeno La Niña – que já causou impacto nos últimos dois verões – e pelo início de uma transição para neutralidade climática, que deve predominar no primeiro semestre de 2023.

Com isso, os efeitos da La Niña começam a perder força. Também serão observadas mais oscilações e uma mudança no padrão da distribuição das chuvas já a partir da virada do ano.

Início do verão

Nesta semana, mais uma vez, os maiores volumes de chuva estão previstos para a metade norte do Brasil, devido à atuação do intenso corredor de umidade. Estão previstas chuvas persistentes e volumosas pelo menos até o próximo fim de semana, configurando um período de invernada no Rio de Janeiro, Espírito Santo, metade norte de Minas Gerais (inclusive em áreas do Cerrado) e de Goiás, centro e leste de Mato Grosso, centro e sul do Pará e Matopiba, especialmente nas áreas mais ao sul da Bahia.

Nessas áreas, além do tempo chuvoso paralisar atividades no campo, há risco para erosão nas lavouras e também danos nas plantações.

Estão previstos volumes de água acima de 100 milímetros em poucos dias, especialmente em áreas produtoras de soja destas regiões e áreas de café entre o Sudeste e a Bahia.

Enquanto a chuva se concentra na metade norte do Brasil, no interior da região Sul, interior de São Paulo e Mato Grosso do Sul, a maior parte da semana vai ser marcada por tempo seco e intensificação do calor.

Apenas na faixa leste da região Sul a chuva está vindo volumosa. Foram 170 a 245 milímetros em apenas 24 horas no leste e nordeste de Santa Catarina, o que já paralisou o porto de Itajaí (SC) e provavelmente vai levar transtornos também ao porto de Paranaguá (PR).

Para a segunda metade da semana, há previsão de temperaturas chegando a 40 °C novamente no meio-oeste gaúcho e no oeste de Mato Grosso do Sul.

Já para a faixa leste de Santa Catarina, Paraná e São Paulo estão previstas chuvas de moderada a forte intensidade até a metade desta semana.

O padrão de tempo deve começar a mudar logo depois do Natal, quando instabilidades voltam a se propagar pelo Centro-Sul. Especialmente a partir de 30 de dezembro, a umidade tende a migrar para essa região com atuação de uma frente fria que deve ficar estacionária entre o Sul e São Paulo.

Com isso, são esperados volumes mais expressivos de água na virada do ano em áreas entre o norte do Rio Grande do Sul e o interior de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, sul de Minas Gerais e grande parte do Centro-Oeste.

Essas chuvas devem ser benéficas para as áreas produtoras de grãos do Centro-Sul, que vem enfrentando muito calor e irregularidade das chuvas.

No entanto, as áreas que estão apresentando maiores déficits hídricos ainda não terão regularização das chuvas a curto prazo. É o caso do sul e oeste do Rio Grande Sul, oeste de Mato Grosso do Sul e extremo sudoeste mato-grossense.

Mesmo durante esse evento forte de chuva previsto para a virada do ano, essas áreas não devem receber volumes significativos.

Chuvas em janeiro

Entre a primeira e a segunda semanas de janeiro, a chuva deve se tornar um pouco mais homogênea no Centro-Sul, atingindo grande parte das áreas produtoras até mesmo em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O Rio Grande do Sul deve se manter como o estado com maior irregularidade das chuvas no verão. Áreas da metade sul e oeste do estado devem continuar com poucas chuvas e temperaturas acima da média, o que deve afetar a produtividade das lavouras de soja e milho, que já vêm sentindo o estresse ocasionado pelo calor e pela falta de umidade.

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