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Vacina plant based pretende combater peste suína clássica no país

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A empresa coreana BioApp pretende lançar no Brasil a Herbavac, primeira vacina plant based do mundo voltada à prevenção da peste suína clássica (PSC). A doença é uma das mais prejudiciais à suinocultura internacionalmente e tem notificação obrigatória segunda a OIE.

Lançado em 2019, o produto tem uma série de vantagens em relação às vacinas desenvolvidas a partir dos patógenos e apenas aguarda aprovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Inicialmente desenvolvida pela equipe do Dr. Eun Ju Sohn, um dos maiores especialistas do mundo em vacinas à base de plantas para a saúde animal, a BioApp já possui uma grande fábrica para produção em escala na Coreia do Sul.

Em outubro de 2021, a empresa assinou um acordo com a PlantForm para levar o Herbavac aos mercados da América do Norte, Brasil e Argentina. O registro está previsto para ser concluído nos Estados Unidos e Canadá em cerca de um ano e na América do Sul, em 1 a 2 anos.

Já existem várias vacinas contra PSC disponíveis em diferentes mercados mundiais, todas elas “vacinas vivas”, ou seja, que usam uma forma enfraquecida de um patógeno como o vírus da PSC.

Por conta disso, essas vacinas ajudam a prevenir, criam uma resposta imunológica forte e duradoura. Em comparação, o Herbavac também fornece forte imunidade, mas também, facilidade de diferenciação entre infecção de campo e animais vacinados.

Essa é uma característica única desta vacina que permite a veterinários, cientistas e outros determinar se uma reação de anticorpos em um porco é de fontes naturais ou da vacinação com Herbavac.

Brasil

Isso pode ser especialmente importante para o Brasil que estruturou um plano para eliminar a PSC de todo seu território. Atualmente, a zona livre de PSC do Brasil abrange 16 estados, que respondem por 95% da produção, mas ampliar essa área é estratégico.

Apesar de não haver casos de PSC na zona livre desde 1998, estados como Ceará e Piauí, na região Nordeste, registraram pelo menos cinco focos desde 2018. Todos foram em criações de subsistência, foram controlados e notificados à OIE. De qualquer forma, representam um risco enorme para todo o setor.

Segundo a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), se a doença entrar em zona livre, o impacto econômico pode variar de US $ 348 milhões a US$ 1,2 bilhão, considerando alguns cenários diferentes.

Para evitar essa classe de consequências, o Mapa, a Associação Brasileira dos Produtores de Suínos (ABCS), associações locais e outros atores criaram o “Plano Estratégico Brasil Livre de PSC”. E as vacinas plant based, como a Herbavac, podem ajudar.

Mas como elas são feitas?

A primeira vacina plant based para animais do mundo foi para a doença de Newcastle em aves e teve aprovação em 2006 nos Estados Unidos e outras estão chegando por suas vantagens.

A produção das vacinas plant based se enquadra no que é conhecido como “biofarmacêutica” ou “cultivo molecular de plantas”, onde as plantas geneticamente modificadas produzem produtos farmacêuticos e industriais.

Depois de milho e trigo, culturas não alimentares, como o tabaco, ganharam destaque nesta tecnologia, por diminuir o risco de contaminação genética cruzada e ter o crescimento rápido.

O tabaco é uma planta muito indicada para biofarmacêutica, com rápido crescimento e genética bem compreendida. Mas outras plantas como lentilha, musgo e alfafa também são utilizadas na biofarmacologia.

Em comparação com as vacinas convencionais, os sistemas baseados em plantas atuam como “mini-fábricas” e, por isso, são mais baratos, rápidos e com maior capacidade de escalabilidade.

Eles também oferecem um risco menor de contaminação por patógenos animais e / ou humanos e podem produzir moléculas novas e complexas que ainda não podem ser produzidas com culturas de células animais.

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