Paraná

Novo decreto estende emergência hídrica para todo o Paraná

Estiagem prolongada já prejudica lavouras de soja, milho e feijão no estado

 

rio Girau Alto, no sudoeste do Paraná
Rio Girau Alto, Dois Vizinhos, no sudoeste do Paraná. Foto: Sanepar

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior, decretou nesta quarta-feira (22) a continuidade de emergência hídrica em todo o estado do Paraná, autorizando as companhias de saneamento a implantarem rodízio nas cidades em que o sistema de abastecimento está comprometido pela estiagem. O novo decreto (nº 9.989) mantém prioridade do uso da água para abastecimento público e tem validade de 180 dias.

Este é o sexto decreto assinado pelo governador em função da estiagem severa que perdura no Paraná há mais de dois anos. O primeiro, de número 4.626, foi assinado em maio de 2020, com validade de 180 dias, e teve prorrogações consecutivas. Em novembro, foi publicado o quinto decreto, com validade de 90 dias, e limitava a abrangência às regiões Oeste, Sudoeste e Metropolitana de Curitiba. Com o desta quarta-feira, a condição de emergência hídrica é estendida a todo o estado.

O decreto orienta os usuários a reduzirem o consumo, fazendo uso racional da água. A partir desta quinta-feira (23), a Sanepar suspende temporariamente o rodízio no abastecimento de Curitiba e Região Metropolitana. A programação de rodízio retornará em 4 de janeiro.

Estão em rodízio as cidades de Santo Antônio da Platina, Quatiguá e Carlópolis na região do norte pioneiro e Pranchita, Santo Antônio do Sudoeste e Dois Vizinhos, no sudoeste do estado.

Estão em situação de alerta três cidades e dois distritos do norte, sete no Vale do Ivaí, três no Vale do Paranapanema, quatro no sudoeste, seis cidades e dois distritos na região noroeste.

Culturas afetadas pela estiagem

As principais culturas que estão plantadas neste período, como a soja, o milho e o feijão, sofreram o impacto da estiagem que afetou as lavouras nos últimos meses e apresentam, respectivamente, reduções de 12%, 13% e 10% na expectativa de produção com relação ao esperado no início do ciclo. Os dados são do relatório mensal divulgado nesta quarta-feira pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, com as estimativas para a safra de grãos 2021/2022 no estado.

Segundo o documento do Deral, o estado pode colher 22,54 milhões de toneladas na safra de verão, em uma área de 6,24 milhões de hectares. O volume representa uma redução de 3% com relação à safra de verão 2020/2021, e a área é 2% maior.

Na avaliação do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o ano de 2021 foi bastante desafiador para os agricultores paranaenses. “Tivemos uma profunda crise hídrica e geadas severas que provocaram perdas na nossa produção. Porém, acabamos o ano mostrando um agro participando em mais de 80% do esforço exportador do Paraná”, diz.