Mato Grosso tem menor relação de troca desde 2008 | Canal Rural

Mato Grosso tem menor relação de troca desde 2008

Mesmo com a desvalorização da arroba no estado no último mês, o atual momento do ciclo pecuário, caracterizado pela oferta escassa e alto preço dos bezerros, diminui essa relação

Fonte: Flavya Pereira/Canal Rural

Mato Grosso passa pela menor relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de ano dos últimos sete anos, em um cenário que vem se consolidando desde o ano passado na bovinocultura de corte mato-grossense. Em junho deste ano, com a venda de um boi gordo de 17 arrobas, foi possível comprar 1,69 bezerro de ano. Essa relação está 14% abaixo da média dos últimos sete anos, e foi a menor desde 2008. As informações foram divulgadas pelo último boletim do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Mesmo com a desvalorização da arroba no estado no último mês, o atual momento do ciclo pecuário, caracterizado pela oferta escassa e alto preço dos bezerros, diminui essa relação. Esta realidade denota um cenário positivo para os investidores de cria, que acabam sendo bem remunerados por esse elo tão importante da cadeia. Por outro lado, o setor de engorda, tanto em pasto como no confinamento, pode contornar essa situação fazendo uma boa gestão em sua propriedade, com o intuito de minimizar o impacto dessa reposição mais onerosa.

Mais uma vez, os preços das arrobas apresentaram queda, desta vez de 1,60% para o boi gordo e de 1,78% para a vaca gorda, fechando a semana em R$ 128,81 e R$ 122,13, respectivamente. O preço do bezerro de ano caiu 2,11%, e com isso terminou a semana sendo cotado a R$ 1283,16 por cabeça. A forte desvalorização no preço do bezerro de ano levou a relação de troca boi/bezerro 0,52% acima, e fechou em 1,71.

INSUMOS PARA CONFINAMENTO

Durante os meses de compra da maior parte dos insumos para o confinamento, foram constatados diferentes movimentos nos preços de itens utilizados. A média do preço da tonelada do farelo de soja no primeiro semestre deste ano foi 4,8% menor em comparação com o primeiro semestre de 2014, assim como a média da tonelada de milho, que ficou 5,5% mais baixa no mesmo período. Enquanto os ingredientes para engorda apresentaram relativa melhora nos preços para o confinador, o preço do boi magro subiu 32,2% entre os primeiros semestres.

Além disso, a relação de troca boi gordo/boi magro piorou quase 6% no período, também por causa da baixa no preço da arroba, que entre maio e julho caiu 2,2%. A média, até a terceira semana de jul/15, da arroba do boi gordo ficou em R$ 128,6 e a relação em 1,23. Ou seja, neste patamar de preço da reposição, o confinador deve sentir os efeitos de uma menor rentabilidade este ano.

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