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PERSPECTIVA POSITIVA

Exportações de carne bovina seguirão aquecidas apesar de tarifaço dos EUA

Diversificação de mercados sustenta embarques da proteína; expectativa é de maior demanda chinesa nos próximos meses

Carne bovina embalada
Foto: Divulgação Iagro

As exportações brasileiras de carne bovina se manterão firmes apesar do tarifaço imposto pelos Estados Unidos. O bom desempenho pode ser explicado pela ampliação dos embarques para outros destinos, como México e Rússia. Além disso, a expectativa é que a China, principal destino do produto, compre mais entre setembro e outubro. 

O consultor Hyberville Neto, diretor da HN Agro, ressalta que mesmo diante das tarifas norte-americanas, as exportações para aquele mercado continuaram, mesmo que em volumes menores. “Em abril o volume foi recorde devido a sazonalidade e ao cenário de baixa oferta nos EUA. Em agosto houve uma redução significativa, mas as exportações não zeraram”, afirma. 

Entre julho e agosto, entretanto, as vendas brasileiras de carne bovina atingiram bons resultados. Conforme números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os embarques in natura foram recordes em julho, somando 276,9 mil toneladas. Em agosto, quando as tarifas do governo de Donald Trump começaram a valer, esse volume diminuiu 3%, com 268,5 mil toneladas.

EUA perdem espaço, México e Rússia ganham força

Depois da China, os países que mais importaram do Brasil em julho e agosto de 2025 foram México e Rússia, com cerca de 28,8 mil toneladas e 23,7 mil toneladas, respectivamente. Os Estados Unidos, por outro lado, ficaram em sexto lugar. No período, foram embarcadas 19 mil toneladas de carne bovina ao mercado norte-americano.

O maior apetite mexicano, inclusive, vem aumentando desde o meio do ano. “O México vem comprando mais do que os Estados Unidos desde junho, quando importou 16,2 mil toneladas. Em julho foram 15,6 mil e em agosto, 13,3 mil toneladas”, analisa Neto. Já o volume exportado para a Rússia surpreendeu o mercado e atingiu o maior volume desde novembro de 2017, com 12,4 mil toneladas em agosto.

Margens da indústria e expectativas

A percepção de que o Brasil conseguiu contornar os entraves do tarifaço com a diversificação de destinos é reforçada pelo coordenador de mercados de Safras & Mercado, Fernando Iglesias. “Por mais que as tarifas tenham sido um problema, nós tivemos uma movimentação bastante agressiva nas exportações brasileiras de carne bovina no período”, explica.

As apostas seguem sendo o mercado chinês. “Tivemos as maiores remessas do ano para a China em julho e agosto, e agora em setembro o ritmo de exportação segue muito forte, com melhora dos preços em dólar”, avalia Iglesias.

O especialista também chama a atenção para os preços do boi, que estão controlados. “Em julho houve uma leve alta, em agosto alguma recuperação, mas em setembro voltaram a cair. Essa estabilidade da matéria-prima manteve margens interessantes para a indústria exportadora”. Porém, no mercado interno a situação é menos favorável por causa da demanda mais fraca.

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