Abertura do mercado de gás vai dar mais competitividade ao agro, diz deputado

Conexão Brasília

Abertura do mercado de gás vai dar mais competitividade ao agro, diz deputado

De acordo com Christino Áureo (PP-RJ), novo marco legal vai estimular mais investimentos no setor de energia e reduzir os custos de produção da agropecuária

O novo marco regulatório do gás foi o tema do programa Conexão Brasília desta terça-feira, 21. O projeto de lei 6407 de 2013 possibilitará empresas privadas a participarem do mercado de gás natural. Para o deputado Christino Áureo (PP-RJ), presidente da Frente Parlamentar para o Desenvolvimento Sustentável do Petróleo e Energias Renováveis (Freper), essa iniciativa deve ajudar na retomada da economia pós-pandemia.

“É a criação de um mercado de gás mais competitivo e, como a Petrobras é monopolista nesse tema, o que se vai fazer é abrir para uma competição maior para que se tenha outras empresas, melhorando a condição para o consumidor final”, disse.

O parlamentar adiantou que há consenso para a votação do projeto na Câmara dos Deputados e que o presidente Rodrigo Maia deve pautar a matéria após a pandemia. “Eu conto com o setor agro mobilizado para que tenhamos o gás como uma oferta importante para o desenvolvimento do país”.

Segundo Áureo, essa abertura de mercado terá um impacto direto no agro. “No gás natural, você tem a amônia, que é um insumo de fertilizantes. Então, vai melhorar muito a oferta desse tipo de insumo”, explicou.

Ele acrescentou que a redução dos preços dos insumos aumentará a competitividade da agropecuária brasileira no mercado internacional. Para ele, o gás natural também poderá reduzir os custos variáveis da agroindústria. “Pode entrar como fonte de energia para laticínios, indústrias de ração, processadoras das matérias-primas”, completou.

Cooperativas

Outro tema do programa foi a aplicação de uma norma da Receita Federal, a Cosit 11, que trata da contribuição previdenciária sobre as cooperativas no Brasil. De acordo com o deputado Sérgio Souza (MDB-PR), o entendimento do órgão é que as cooperativas não são sociedades empresariais e que não têm direito à redução na contribuição previdenciária no caso do Funrural. “O produtor rural associado a uma cooperativa tem que pagar Funrural dez vezes mais do que um produtor integrado a uma empresa não cooperativa do setor”, explicou.

Para tentar mudar o entendimento da Receita, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e outras entidades ligadas ao setor têm apresentado justificativas para convencer o órgão a descontar da cobrança previdenciária os valores dos insumos fornecidos pelas cooperativas aos cooperados. “Nós queremos que o produtor rural integrado a uma cooperativa pague o mesmo que o seu concorrente”.

Essa proposta havia sido aprovada dentro da Lei do Agro, porém, o trecho foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Segundo Sérgio Souza, o modelo de integração vertical entre as cooperativas e os fornecedores está previsto na Lei 13.288 de 2016. “Esta lei trata todos de forma igual. Ela sempre busca o aumento da competitividade e da desoneração do setor agro no seu custo de produção”.

A verticalização acontece, por exemplo, quando cooperativa que comercializa carnes fornece insumos e assistência para o processo de engorda dos animais de seus cooperados. “Esse trabalho do agricultor, que é o fornecimento do alojamento e o cuidado com o processo de criação, ele é calculado em 10% sobre o valor bruto final do frango. E, em cima disso, ele precisa pagar o Funrural”, esclareceu o deputado.

Souza acrescentou ainda que se a produção é somente 10% do valor bruto do frango, ele deveria pagar 1,5% desse total. Mas a Receita Federal quer cobrar 15% sobre o valor da produção. “É um absurdo. É desleal enquanto seu vizinho paga 1,5%, que é o que a lei do Funrural determina” destacou.

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