Fust será garantia para financiar conectividade rural, diz deputado

Conexão Brasília

Fust será garantia para financiar conectividade rural, diz deputado

Presidente da FPA, Alceu Moreira disse que os recursos do fundo poderão ser usados para dar sustentação a linhas de crédito no BNDES

A possibilidade do uso do Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust) para ampliar a conectividade rural foi tema do programa Conexão Brasília desta terça-feira, 24. Na última semana, o Senado aprovou projeto que autoriza a utilização dos recursos desse fundo para levar internet a áreas urbanas e rurais, especialmente as de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Alceu Moreira (MDB-RS), explicou que a intenção é tornar o fundo uma garantia para o financiamento de consórcios de produtores.

“Nossa ideia é que esse recursos sirvam como um fundo garantidor para o BNDES alavancar R$ 240-250 bilhões e, aí, poder fazer fibra ótica ou torre ou satélite nos mais diversos lugares do país”, disse.

Segundo Moreira, como o custo de instalação de uma rede é alto, não é possível financiar cada propriedade individualmente. Por isso, a alternativa para o pequeno produtor, por exemplo, é um sistema de consórcio ou cooperativa.

Conectividade

O Fust hoje dispõe de quase R$ 23 bilhões sem uso, porque a legislação atual determina que o fundo deve se destinar a ampliação da rede de telefonia fixa, instalação e reparo de orelhões.

Além de tornar a produção mais eficiente e trazer renda e competitividade ao meio rural, a conectividade vai proporcionar qualidade de vida à população, avaliou o parlamentar.

“A telemedicina vai fazer com que o SUS chegue na casa do cidadão há 1.000 km, sem estrada, às 3 da madrugada”, citou.

Para Alceu Moreira, a conectividade é tão decisiva na produção agropecuária que vai representar a sobrevivência na atividade. “A conectividade vai representar nas lavouras como a água, o sol, a qualidade na semente, o manejo, o solo. Não há como trabalhar sem ela. Portanto, ela tem que estar à disposição dos produtores”, pontuou o presidente da FPA.

A aprovação do PL 172/2020 pelo Senado Federal ocorreu na última quinta-feira, 19. Como já passou pela Câmara dos Deputados e não sofreu alteração no Senado, o texto seguiu para sanção presidencial.

Registro de máquinas

A recém-lançada plataforma digital para o registro de máquinas agrícolas também esteve em pauta no programa. O Ministério da Agricultura e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) anunciaram essa ferramenta para atender a uma lei de 2015, que dispensa as máquinas de licenciamento, mas estabelece que deve haver um registro.

O deputado Alceu Moreira afirma que a plataforma funciona como uma garantia de propriedade. “Quando ele coloca um QR Code na máquina, ou o QR Code num selo ou adquire uma tecnologia com o chip, ele terá a clareza de que esta máquina, que está de acordo com a nota tal e a descrição tal, é de propriedade do José, do Pedro e da Maria. Definitivamente passa a ser um patrimônio certificado”, informou.

A inserção do registro da máquina não é obrigatória, mas o parlamentar acredita que haverá interesse do produtor. Trata-se de um ativo de alto valor, usado, inclusive, como garantia para financiamento do crédito rural. “Ninguém ficará sem isso. É uma rede de informação para segurança”, acrescentou.

A plataforma terá uma fase piloto até março de 2021, período em que haverá registro apenas de tratores novos. Após essa etapa, o sistema aceitará também máquinas usadas.

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