Prazo mínimo de validade do leite em pó importado coíbe comércio desleal

Conexão Brasília

Prazo mínimo de validade do leite em pó importado coíbe comércio desleal

Conexão Brasília desta terça, 15, tratou de projeto que fixa em 70% o prazo mínimo de validade vigente para internalização do produto no Brasil. Intenção é proteger produtores e consumidores

A determinação de um prazo mínimo de validade para o leite em pó importado pelo Brasil e a regulamentação de redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para insumos agropecuários foram destaque do programa Conexão Brasília desta terça-feira, 15. Os dois assuntos fazem parte de projetos de lei que tramitam no Congresso e têm impacto para o produtor rural e para o consumidor brasileiro.

Autor das duas propostas, o deputado Zé Mário (DEM-GO) afirma que o projeto que trata do prazo de validade do leite em pó tem a intenção de coibir práticas desleais de comércio e proteger o cidadão que adquire o produto. “É um projeto importante do ponto de vista do equilíbrio de preços aos produtores rurais – são mais de 1,2 milhão de produtores no Brasil – e também aos nossos consumidores no Brasil que vão poder ter a garantia de que estão consumindo um produto de qualidade”.

De acordo com o deputado, países exportadores que têm grandes estoques acabam por vender o leite em pó com prazo de validade próximo ao vencimento a preços muito baixos. “Além de causarem um desequilíbrio no mercado, ainda podem estar causando um mal aos consumidores no nosso país”, pontuou. O Brasil hoje compra o alimento, principalmente, do Uruguai e Argentina

O PL 952/2019 foi aprovado recentemente na Comissão de Agricultura da Câmara estipula que o leite em pó internalizado no Brasil deve ter no mínimo 70% do prazo de validade vigente. A proposta segue para ser votado na Comissão de Constituição e Justiça em regime de tramitação conclusiva.

ICMS

Já a outra proposta, PLP 174/2019, regulamenta a redução do ICMS sobre insumos agropecuários. A proposta prevê a diminuição de 30% a 60% a depender do produto, como fertilizantes, ração, sementes, material genético etc. A medida faz parte de o Convênio 100, que desde 1996, todo ano precisa ser renovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne todos os secretários estaduais de Fazenda.

Zé Mário contou o porquê de tratar do assunto por meio de lei. “Este ano quando estava prestes a vencer em abril a gente teve uma dificuldade enorme em renovar. Por quê? Porque é uma decisão do Confaz que deve ser aprovada por unanimidade. E a cada ano está mais difícil de a gente renovar em função da crise fiscal que os estados enfrentam”, informou.

O deputado mostrou que a diminuição do ICMS representa queda de 15% no custo de produção. “Se o Convênio 100 cair, nós vamos ter uma oneração da produção agropecuária do Brasil. Algo em torno de R$ 40 bilhões”, acrescentou. O parlamentar ainda afirmou que ações como a redução da carga tributária para o agro trazem benefício para toda a população. Ele lembra que houve um salto na agricultura brasileira após a criação do Convênio 100 e da vigência da Lei Kandir, que desonera as exportações dos produtos primários.

Cadeias produtivas do Nordeste

Outro assunto mostrado no programa foi o anúncio de que a reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) do dia 18 de outubro será realizada na Festa do Boi, umas das maiores exposições agropecuárias do Nordeste. O evento será realizado em Parnamirim (RN). O deputado Beto Rosado (PP-RN) disse que a intenção da presença da FPA é ouvir as demandas das cadeias produtivas locais.

“A frente parlamentar estará dando uma dando uma atenção às cadeias produtivas locais. Temos que debater bastante a questão da pesca da lagosta e do atum; a produção em cativeiro do camarão; e a questão dos selos artesanais, na qual o Rio Grande do Norte tem tido um avanço junto com o Sebrae. Vamos focar nas riquezas que o estado tem para dar”, finalizou.

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