'Biodefensivos passaram por transformação tecnológica', diz Croplife

Direto ao Ponto

'Biodefensivos passaram por transformação tecnológica', diz Croplife

Diretora da entidade, Amália Borsari falou do avanço dos biológicos no controle de pragas após prejuízo que a lagarta helicoverpa causou na safra 2012/2013; setor movimentou R$ 675 milhões no país em 2019

O aumento do uso de produtos biológicos no controle de pragas no campo foi o assunto do programa Direto ao Ponto deste domingo, 5. A diretora-executiva de biológicos da Croplife Brasil, Amália Borsari, destacou que o Programa Nacional de Bioinsumos vai incentivar mais investimentos do setor privado em pesquisas e desenvolvimento de novos produtos biológicos para o agricultor brasileiro.

As ações de extensão rural previstas no programa também vão reduzir as distâncias entre os laboratórios de pesquisa e o dia a dia no campo. “Com o sistema regulatório propício para novas tecnologias, o produtor vai ter acesso imediato ao que tiver de mais novo no mercado. E vai ter segurança de que aquilo vai funcionar também”, disse.

Borsari destacou que governo e iniciativa privada também discutem o marco regulatório para a produção de biológicos pelos próprios produtores rurais. Mas alertou para os riscos de se olhar apenas para a redução dos custos. É que, segundo ela, o processo bioindustrial vai muito além de multiplicar os microrganismos.

“Passa por um processo para verificar qual é o melhor método para se multiplicar esses produtos. Depois disso, qual é a melhor maneira de se formular esse produto. Que tipo de ingredientes ativos poderão incluir dentro dessa formulação e que não terão impacto sobre o ativo biológico de controle, inclusive que podem aumentar a sua ação”, explicou.

O governo brasileiro já registrou cerca de 300 produtos biológicos para o controle de doenças e pragas na lavoura. Amália Borsari destacou que o controle da lagarta helicoverpa por meio de defensivos biológicos incentivou novos investimentos e pesquisas nessa área. A praga causou mais de R$ 2 bilhões de prejuízos ao setor agrícola na safra 2012/2013. “Se você vir a curva de registro de quando surgiu a helicoverpa e nos anos posteriores, você vê um boom de produtos disponibilizados no mercado”.

A diretora da Croplife também falou sobre a eficiência comprovada dos defensivos biológicos. Mas explicou que o período de ação é diferente do controle químico. “O modo de ação é diferente, então tudo isso tem que ser levado em consideração no momento que o produtor utilizar a tecnologia”.

Amália Borsari destacou ainda a segurança dos defensivos biológicos para os consumidores finais. “Precisam passar por uma avaliação na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. E o processo é bem monitorado e tem procedimento de gestão de qualidade”, disse.

Saiba mais

O mercado de biodefensivos cresce 15% a cada ano no Brasil. Dos 77,4 milhões de hectares plantados no país, cerca de 20 milhões são tratados com algum tipo de biodefensivo. Soja, cana-de-açúcar e café são as culturas que mais recebem esse tipo de tratamento no país.

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