Em meio à guerra comercial com a China, o governo de Donald Trump anunciou US$ 15 bilhões em subsídio para os produtores de soja, milho e trigo dos Estados Unidos. Mas, para o analista de mercado Vlamir Brandalizze, o anúncio pode prejudicar ainda mais o mercado norte-americano.
“Vai acabar estimulando o agricultor plantar mais soja, principalmente agora em maio e junho. Até 10 de junho há janela para plantio. Além disso, parte da área projetada para o milho não será usada, por conta das condições desfavoráveis do clima. Lá na frente, eles podem sofrer com estoques maiores”, alerta Brandalizze.
- Plano de ajuda de Trump deve pagar US$ 2 por bushel para produtores de soja dos EUA
- Guerra comercial entre EUA e China faz exportador brasileiro lucrar
Para o mercado brasileiro, os reflexos do conflito podem ser positivos mesmo que os subsídios façam as cotações caírem na Bolsa de Chicago, diz o analista. “Como a China está endurecendo, veremos uma reação dos prêmios no Brasil”, explica.
Brandalizze também destaca que o mercado internacional tem sido norteado pelas previsões meteorológicas. “É o pior clima desde 1996 para as lavouras. As plantas não estão preparadas para terem boa produtividade com as condições de umidade e frio. A largada da safra está muito desfavorável”, conta.
Entenda os subsídios
O presidente Donald Trump, afirmou que o valor disponibilizado chegaria a US$ 15 bilhões. Esse plano de ajuda é baseado no programa que a administração da Casa Branca implementou no ano passado, depois que a China aplicou tarifas de retaliação aos produtos agrícolas americanos.
Para essa safra, o governo está considerando pagamentos de cerca de US$ 2 por bushel para produtores de soja, US$ 0,04 por bushel para produtores de milho e US$ 0,63 por bushel para produtores de trigo.