As exportações de carne suína e de frango registram recuo em 2018, apontam dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta quinta, dia 13. As quedas foram de 8% e 5%, respectivamente.
O presidente da entidade, Francisco Turra, lamenta os resultados negativos. “Eu nem tenho como explicar como foi duro o ano, porque, vendo as oportunidades, às vezes éramos cerceados”, diz.
Além do embargo russo à carne com aditivo, também houve mudanças nos critérios de abate da Arábia Saudita. Em 2018, nem mesmo a procura chinesa por carne suína ajudou. Mas, segundo a ABPA, isso pode mudar devido aos casos de peste suína na China — o país asiático sacrificou mais de 600 mil cabeças até o momento.
De acordo com o diretor executivo da ABPA, Ricardo Santin, o déficit de carne suína na China deve chegar a cinco milhões de toneladas em 2019 e buscará em outros mercados. “Não há esse volume disponível no mundo, vai ter que complementar com bovina e de aves”, explica.
Cotações
Para o diretor técnico da entidade, Rui Vargas, o que atrasa o Brasil nesta disputa por mercados são as novas normas de sanidade que vem sendo exigidas pelos parceiros, mas isso também tem um lado positivo. “Quanto mais nos exigem, cobram e estabelecem regras — até absurdas muitas vezes — mais nos especializamos e ficamos profissionais neste setor”, finaliza com otimismo.