Direto ao Ponto

Entidades defendem regulação dos produtos processados de base vegetal

Segundo o diretor-executivo da Viva Lácteos, Gustavo Beduschi, é necessário colocar regras para produtos vegetais como existem para os produtos animais

Produtos processados À base de plantas, os plant based, têm ganhado espaço no mercado. Mas entidades do setor agropecuário pedem que haja uma regulamentação mais específica para esses artigos. Segundo o diretor-executivo da Viva Lácteos, Gustavo Beduschi, é necessário colocar regras para produtos vegetais como existem para os produtos animais. 

“É preciso haver uma diferenciação na nomenclatura do produto para não confundir o consumidor, e uma regulamentação. Os produtos de origem animal têm vários regulamentos. Cada produto tem o seu regulamento, baseado em regras internacionais. Nós não podemos ter dois pesos e duas medidas”, afirmou durante o programa Direto ao Ponto deste domingo, 25.

A coordenadora de produção animal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Lilian Azevedo, também falou sobre o assunto no programa. Além do pedido pelas regras, ela defendeu que haja uma diferença nos nomes. 

“Um hambúrguer tem que ser produzido de carne bovina ou suína ou mista. Tem toda uma identificação. Quando a gente escreve hambúrguer de vegetal no mercado, primeiro que o nome hambúrguer não pode ser utilizado, porque tem identidade e qualidade própria para isso. Então aí já é um erro. E tem também a questão nutricional. É muito diferente a análise nutricional de um produto baseado em plantas do que um produto baseado em animais”, ressaltou a coordenadora.

Sobre as normas, ela entende que as exigências devem ser menores, mas precisam existir. “Na parte vegetal, nós concordamos que não tenham tantos regramentos quanto na área animal, por conta de zoonoses que na parte vegetal não tem. Mas exigimos que realmente haja uma regulamentação e não sejam adotados nomes da área animal para a área vegetal”. 

O diretor da Viva Lácteos diz que o setor não é contra a entrada desses produtos no mercado, que teriam seu próprio nicho. “O valor desses produtos é consideravelmente mais elevado, então você não vai atingir a grande população. Você está trabalhando com uma população de faixa de renda, de poder aquisitivo, maior. Nós não somos contra. Tem espaço para todo mundo”, comenta Beduschi.

Ele completa dizendo que é necessário uma dedicação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do setor privado para tratar do tema. “Eu acho que tem que ter um envolvimento muito sério e intenso do Mapa e da Anvisa. O setor privado tem que fazer a sua colaboração, tanto o setor de proteína animal quanto vegetal, porque o interesse maior é dar um produto seguro e que não cause engano ao consumidor”.

*Sob supervisão de Letícia Luvison