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Agro criou 304 mil vagas de trabalho e manteve salários no 3º trimestre

Pesquisadora da GV Agro comenta os números divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira e mostra o que há por trás do crescimento do desemprego

A taxa de desemprego no Brasil aumentou 14,6% no terceiro trimestre de 2020, atingindo 14,1 milhões de pessoas, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na contramão, o grupo que atividade que reúne agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura registrou alta de 3,8%, o que significa a abertura de 304 mil vagas.

O pesquisador Felippe Serigati, da GV Agro, afirma que é preciso analisar com cuidado esses dados para entender o que eles realmente significam. Segundo ele, o índice não mostra que aumentou o número de pessoas desempregadas necessariamente, mas a quantidade de pessoas que declararam ao IBGE que estão procurando emprego. “As pessoas estão voltando a procurar oportunidades”, diz.

Sobre o agro, Serigatti ressalta que é muito significativa a abertura de 300 mil vagas, pois o setor não demanda tanta mão de obra quanto a construção civil, que abriu 400 mil vagas e foi o único setor a gerar mais postos que o agro nesse período.

Outra dado divulgado pelo IBGE que precisa ser esclarecido é a média dos salários. Contando todas as atividades, os valores recebidos pelos trabalhadores aumentaram, o que, segundo Serigati, deve-se ao fato de que a principal atingida pela pandemia da Covid-19 foi a mão de obra menos qualificada. Assim, diminuíram as pessoas com salários mais baixos empregadas.

O agro volta a se destacar, pois mesmo gerando novos postos de trabalho, manteve os salários equilibrados. No caso da construção civil, que também cresceu, houve queda.