Mercado e Cia

Carne bovina: exportações podem ter 2º maior volume da história em julho

Se atual ritmo de embarques for mantido até o fim do mês, volume enviado seria de cerca de 168 mil toneladas, o maior já registrado em um mês de julho

As exportações brasileiras de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada seguem em ritmo forte e podem registrar em julho o segundo maior resultado da série histórica. Até a terceira semana deste mês, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), com treze dias úteis, as exportações somaram 95,3 mil toneladas, uma média de 7,3 mil toneladas por dia útil.

Se esse ritmo for mantido até o fim do mês, o volume embarcado seria de cerca de 168 mil toneladas. O resultado é recorde para meses de julho e o segundo maior da série histórica, atrás apenas de outubro de 2019.

Fonte: Secex, com elaboração do Canal Rural

De acordo com o analista de mercado da Consultoria StoneX Caio Toledo, é muito provável que no segundo semestre as exportações sigam em alta. No entanto, ele alerta para alguns fatores de risco: evolução da Covid-19 no Brasil, retomada da produção de carne suína na Europa e na China e guerra comercial entre o país asiático e os Estados Unidos.

Esses elementos poderiam limitar o ritmo de embarques de carne bovina brasileira ao longo do segundo semestre, caso resultem em redução da demanda.

Preço da arroba depende muito do mercado doméstico

Toledo avalia que o mercado doméstico tem limitado o avanço do preço da arroba, pois estaria muito abaixo do esperado, em virtude dos efeitos da pandemia na taxa de emprego e na renda do brasileiro.

Para que o preço siga em alta, ele destaca que é preciso que a oferta de animais terminados continue baixa e que haja retomada econômica significativa. Dessa forma, o preço da carne bovina tenderia a subir e levar a arroba a um maior patamar.

Nesta segunda-feira, 20, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP)) registrou forte queda do indicador do boi gordo Cepea/B3, de R$ 222,55 para R$ 215,30. Caio Toledo avalia que isso não indica mudança de patamar de mercado, sendo possivelmente apenas uma questão de coleta na base de dados, que pode ter registrado mais animais convencionais que bovinos padrão China.

Segundo o analista, a base do Cepea cobre os dois padrões. Os animais convencionais estariam sendo negociados na faixa de R$ 215 a arroba, enquanto que os voltados ao mercado chinês estariam no patamar de R$ 223.