Mercado e Cia

China, greve de caminhoneiros e mais: o que ficar de olho em 2020

Departamento de agronegócios do Itaú BBA fez ainda uma projeção sobre como a soja, carnes e o acordo comercial entre EUA e China devem influenciar o setor

O departamento de agronegócios do Itaú BBA indicou alguns temas que o produtor rural brasileiro deve ficar de olho neste ano. A demanda aquecida da China e a projeção de safra recorde para a safra de soja 2019/2020 são apontados como algumas das causas principais para o bom momento no agronegócio. Porém, há riscos como uma eventual greve dos caminhoneiros e problemas com a variação dólar. Confira!

Carnes

A expectativa para o setor de carnes do Brasil é positiva. Isso porque a China ainda está com problemas com a peste suína africana, que dizimou parte do plantel de suínos do país.  “A produção de suínos do país não se recuperou e o Brasil, um dos fornecedores, tem se ocupado desse cargo”, afirma o analista César de Castro Alves.

Acordo EUA e China

Castro afirma que há um grande ceticismo do mercado quando ao que foi acordado entre China e Estados Unidos. Ele comenta que não foi estipulado no documento a quantidade de produtos agrícolas norte-americanos que seriam enviados aos chineses. Além disso, vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, comentou que o país asiático se comprometeu a também levar em consideração o mercado na hora de realizar compras de produtos.

Em relação às carnes, o analista explica que por mais que a China queira comprar o produto apenas dos EUA, o balanço mundial de oferta é pequeno. “Por mais que eles (chineses) possam comprar dos norte-americanos, vamos enviar carne para outros países”, ressalta.

Dólar

Como em 2020 há eleições nos Estados Unidos, o Itaú BBA comenta que há possibilidade de o dólar se apreciar. “Quem tem compromisso em dólar pode ter dificuldade com isso, para pagar as dívidas em dólar”, ressalta. 

Greve dos caminhoneiros

A empresa, apesar de não apostar que ocorra uma greve dos caminhoneiros, considera o risco, impulsionado pela alta do petróleo, que afeta os preços da gasolina e do diesel.

“A tabela do frete vai ser discutida logo a frente e se isso acontecer, seria negativo. Q preocupação que a gente tem, pois uma greve poderia tirar o brilho que a gente enxerga para o ano, para a economia doméstica e para as exportações”, afirma Castro.