Mercado e Cia

'Covid-19 nos portos pode levar à falta de fertilizantes no interior'

Apesar do alerta do Rabobank, superintendente dos portos dos Rio Grande do Sul afirma que ainda não foram registrados casos entre trabalhadores

O risco de que as operações nos portos brasileiros sejam prejudicadas por medidas de combate à covid-19 está no radar do mercado, destaca o Rabobank. Em relação às importações de insumos, levantamento do banco aponta que qualquer impedimento ou restrição no funcionamento de portos deve atrasar as compras de fertilizantes, aumentar os custos na operação e até mesmo resultar na falta de oferta do produto em várias regiões do interior.

O Rabobank lembra que as compras brasileiras de fertilizantes começam a aumentar a partir de maio, ganhando força no terceiro trimestre do ano, quando começa o plantio da safra de soja.

O porto que recebe o maior volume dessas importações é o de Paranaguá, que no ano passado concentrou 28% das compras de fertilizantes. Os outros dois portos de importância na logística destes produtos são: Santos (19%) e Rio Grande (14%).

Situação no RS

O superintendente dos portos do Rio Grande do Sul, Fernando Estima, afirma que os índices de contaminação no estado estão muito baixos, principalmente nas cidades portuárias. “Não temos um cenário de grande contaminação previsto, mas estamos com protocolos acima da média da Anvisa prontos. Há um alinhamento muito grande com a classe trabalhadora e terminais para continuarmos rodando”, diz.

Segundo o superintendente, as equipes foram reduzidas a 75%, mas os resultados são surpreendentes. “Nos quatro primeiros meses, a soja em grão aumentou mais de 67% em relação ao quadrimestre do ano passado. O farelo de soja, 24%. Realmente estão de parabéns os trabalhadores e terminais por sua eficiência”, afirma.

Fernando Estima afirma que os portos gaúchos não registraram nenhuma contaminação na estrutura portuária até o momento. “Acredito que a gente consiga, mesmo que eventualmente venha a subir mais [o número de casos], manter as operações. O tempo dirá! Manteremos a concentração para que consigamos receber os insumos que dependem desse porto”, diz.