Mercado e Cia

Digitalização acelerada traz reestruturação na John Deere; entenda tendência global

Fabricante de equipamentos agrícolas lançou programa de demissão voluntária no Brasil; objetivo é reagir mais rapidamente e com menos burocracia, diz presidente da empresa, Paulo Herrmann

A fabricante mundial de equipamentos agrícolas John Deere lançou no Brasil um programa de demissão voluntária. A empresa afirma que a iniciativa faz parte de um processo de reestruturação global que irá permitir à companhia ser ainda mais eficiente e inovadora na produção.

O presidente da empresa no Brasil, Paulo Herrmann, afirma que as mudanças não têm relação com a crise gerada pela pandemia e sim com a digitalização acelerada no mercado, que traria a necessidade de maior velocidade na atuação da companhia.

“Normalmente, um programa de demissão voluntária está vinculado à ajuste de estrutura ou alguma crise. No caso específico do nosso programa, ele está vinculado a essa disrupção que estamos vivendo neste momento. Que traz novos ares para os negócios, novos desafios, como a questão da digitalização, diversidade e inclusão, e velocidade com que o mercado demanda novas soluções”, diz o presidente da John Deere.

Resultados

Herrmann reconhece que todos os setores sofreram algum impacto com a pandemia do novo coronavírus e com a parada das atividades. Porém, de acordo com ele, o programa de demissão voluntária não tem relação com os efeitos negativos da crise. “O objetivo é que a empresa reaja mais rapidamente e com menos burocracia”.

Corte de vagas

De acordo com o executivo, não haverá necessariamente corte de vagas. “Vamos reduzir níveis hierárquicos. Nós não temos nenhuma necessidade de redução de estrutura. O mercado de máquinas agrícolas está forte e é o melhor dos últimos anos em termos de pedidos em carteira”, afirma.

O presidente da John Deere informa que a empresa não busca por perfis específicos ou relacionados a alguma faixa etária para preenchimento de vagas. A intenção da empresa, segundo ele, é buscar profissionais que estejam atentos às mudanças e à digitalização do agronegócio brasileiro.

O que muda para os clientes

Paulo Herrmann declara que a principal mudança para os clientes é que a empresa passará a ser mais parceira. “Será uma empresa que dará retorno mais rápido. Montamos um centro de suporte a operações [com esse objetivo], conseguimos acompanhar 24 horas por dia e sete dias por semana cada máquina rodando no campo”, afirma.

“Este é o mundo novo, ele é menos presencial, [com] menos corre-corre, muito mais preventivo. Tudo isso muda a maneira de trabalhar, é menos gente no campo e é muito mais cerebral. É muito mais antecipação. Máquinas mandam códigos dos problemas que podem acontecer antes deles acontecerem”, conclui.