Mercado e Cia

Governo deve zerar tarifas de importação para soja até fevereiro; entenda

Para o milho, as taxas devem ser suspensas até junho. Para Sergio De Zen, diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, a estratégia do governo é deixar que o próprio mercado se acomode

A Câmara de Comércio Exterior vai votar nesta sexta-feira, 16, o pedido para retirada da tarifa externa comum que incide sobre produtos importados de fora do Mercosul.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura confirmou na manhã desta quinta-feira, 15, ao jornal do Canal Rural Mercado & Companhia que a recomendação é que a TEC seja zerada para soja até fevereiro e até junho para o milho, sem limite de quantidade. Atualmente ambas as culturas possuem taxa de 8%.

Para Sergio De Zen, diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estratégia do governo é deixar que o próprio mercado se acomode, enxugando o mercado interno em relação às exportações e excesso de oferta. “Estamos buscando no mercado internacional aquilo que precisamos para termos um equilíbrio e equiparação de preços”, explica.

“Levamos em consideração os estoques em evolução de preços e a evolução da demanda interna. Atualmente, o estoque de soja é de 124 milhões, desse volume devemos esmagar algo em torno de 45 milhões de toneladas, exportar cerca de 82 milhões e o estoque que a gente espera chegar até o fim do ano é menos de 1 milhão de toneladas, ou seja, bastante justo e por isso decidimos liberar as importações”, afirma o representante da Conab.

Milho

Para o milho, De Zen explica que é importante zerar a taxa até junho porque levando em consideração a estrutura de produção do cereal, em 2019, o milho que abasteceu o mercado, da segunda safra, só estará disponível em meados de junho, “então, o nosso objetivo é esticar a oferta até lá”.

Segurança alimentar

Questionado sobre como a medida pode afetar a segurança alimentar brasileira, De Zen explica qual está sendo a linha de estudo do governo sobre possíveis limitações de exportações.

“Isso seria a pior medida a ser implementada diante da economia de mercado, porque aparentemente teríamos um abastecimento instantâneo, mas no médio longo prazo causaria uma total desestruturação do mercado. Isso porque os compradores e vendedores pagariam muito caro. Precisamos trabalhar com ideia de que suprimentos não é o que temos em estoque, mas sim o que existe de disponibilidade no mercado internacional”.