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Lavouras da região Sul podem ser impactadas com onda de frio que se aproxima

Segundo a Somar Meteorologia, as baixas temperaturas não devem provocar geadas generalizadas. No entanto, o ciclo de algumas culturas pode ser alterado

Uma nova onda de frio se aproxima da região Sul. Mesmo com alguns relatos de geadas tardias que afetaram lavouras de batata no Rio Grande do Sul, as baixas temperaturas não atingiram as áreas onde se concentram a produção de grãos como soja e milho.

No entanto, segundo o meteorologista da Somar Celso Oliveira, os estados do sul devem ser atingidos por uma sequência de temperaturas mais baixas. “Para o próximo sábado a expectativa é de mínimas chegando a 5 graus na região de Campanha”.

De acordo com o meteorologista, embora a sequência de temperaturas baixas não provoque geadas generalizadas para o Rio Grande do Sul, a situação do clima pode alongar o ciclo das lavouras. “Em culturas como o milho, a colheita pode acontecer de forma tardia. Com o alongamento do ciclo, as plantas podem enfrentar períodos de estiagem durante o verão”, comenta Oliveira.

Em relação ao retorno das chuvas, a previsão indica volumes maiores para a primeira quinzena de outubro em regiões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e áreas mais litorâneas do Sudeste, mas sem conseguir avançar para o interior, um cenário que tem relação com o La Niña.

“Apesar dos efeitos do fenômeno climático, é preciso ressaltar que a radiação solar vai aumentando a cada dia e isso faz com que a chuva retorne aos poucos para as demais áreas do Sudeste e Centro-Oeste. Existe a expectativa de pancadas de chuva na segunda quinzena de outubro, mas elas virão lentamente, não é algo generalizado, mas um volume maior em relação ao que foi observado em setembro”, destaca Celso Oliveira.

Previsão para o Matopiba

O meteorologista da Somar comenta que a previsão para o Matopiba é preocupante. “Em Balsas (MA), por exemplo, não temos expectativa de chuva para outubro. Alguns produtores falam em iniciar o plantio em 15 de novembro, mas essa data pode atrasar um pouco, por conta do clima seco. No entanto, o cenário está dentro dos padrões do La Niña e assim, as chuvas vão voltar com regularidade, algo parecido com o que aconteceu em 2017, quando tivemos pela última vez a incidência do fenômeno na região”, finaliza.