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Substituição do paraquat pode dobrar custos de produção, alerta Embrapa

Caso a Anvisa não altere a data limite para uso do produto no Brasil, o herbicida será proibido a partir de 22 de setembro deste ano

O uso de produtos com ingrediente ativo paraquat pode ser proibido no Brasil a partir de 22 de setembro deste ano. O setor produtivo pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que estenda o prazo, pois o impacto sobre o agro seria grande, já que não há alternativas com a mesma eficiência e preço. A diretoria colegiada da entidade está reunida nesta terça-feira, 18, e deve analisar a questão.

O pesquisador Fernando Adegas, da Embrapa Soja, lembra que é uma discussão antiga, que começou há cerca de três anos, quando o uso do herbicida começou a ser reavaliado. Dois anos atrás, estudiosos chegaram ao dado que mais assusta o setor: os custos de produção podem até mesmo dobrar com a substituição do paraquat. “Levando em consideração a área em que é usado hoje, teríamos um incremento de R$ 400 milhões”, destaca.

Segundo ele, infelizmente, o produtor precisa se preparar para substituir o paraquat com as opções disponíveis no mercado. “O agricultor vai ter que se adaptar, ver as melhores alternativas e ajustar custos”, afirma.

Adegas destaca que, em algumas regiões, o produtor ainda vai conseguir utilizar o paraquat dentro da data limite, para dessecação da pré-semeadura, por exemplo. “Mas, nas regiões mais frias, não será possível, porque o plantio é feito mais tarde”, diz.