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Sem recurso suficiente, Plano Safra pode ser lançado com juro maior

Os recursos para subvenção do crédito rural são insuficientes para financiar a mesma área do ano passado, o que obrigará o governo a subir as taxas

O governo federal conseguiu recompor o Orçamento para subvenção do Plano Safra 2021/22. Porém, mesmo assim, o montante destinado à equalização das taxas de juros deve ficar R$ 2 bilhões abaixo do necessário para financiar a mesma área do ciclo anterior.

O comentarista Glauber Silveira diz ter conversado com o diretor do departamento de Crédito do Ministério da Agricultura, Wilson Vaz, que afirmou que a situação ainda é incerta. Se não tiver mais recursos, a pasta terá que escolher entre financiar menos produtores ou elevar a taxa de juros.

Silveira também conversou com o consultor do Instituto Pensar Agro, Célio Porto, que diz que a ministra Tereza Cristina está tentando conseguir mais recursos junto ao Ministério da Economia, mas a questão segue indefinida. Dessa forma, Porto acredita que o Plano Safra pode ser lançado com juros mais altos do que o do ano passado – cerca de 1,5 ponto percentual maior.

Para piorar, o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve se reunir apenas no dia 24 de junho para analisar a proposta do governo, segundo o Banco Central. Com isso, o crédito rural que deveria ser disponibilizado a partir de 1º de julho pode demorar a chegar ao produtor.

Isso complica a vida do produtor que precisa financiar o custeio da temporada 2021/22, já que conforme se aproxima o plantio – começa no dia 15 de setembro – mais caros ficam os insumos e o frete para transportá-los.