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‘Aumento dos preços dos alimentos tem impacto maior nos países mais pobres’

Segundo o comentarista Benedito Rosa, o Brasil precisa aumentar a produção para superar problemas internos

Em março, pelo décimo mês consecutivo, os preços mundiais dos alimentos registraram alta. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 8, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Liderados por saltos nos índices de óleos vegetais, carnes e laticínios, o índice de preços dos alimentos da FAO atingiu 118,5 pontos no último mês, o nível mais elevado desde junho de 2014.

Impulsionado por valores mais altos de palma, soja, canola e girassol, o indicador de óleos vegetais alcançou a média de 159,2 pontos em março, alta de 11,8 pontos em relação a fevereiro e nível mais alto desde junho de 2011.

O subíndice de laticínios subiu também pelo décimo mês consecutivo e atingiu a média de 11,.4 pontos em março, 4,4 pontos acima de fevereiro. O número foi puxado pelo valor do leite em pó, que subiu em decorrência do aumento das importações na Ásia, especialmente na China. Em contraste, os preços dos queijos caíram um pouco, pelo terceiro mês seguido.

A FAO, sediada em Roma, também disse em um comunicado que as colheitas mundiais de cereais continuam em curso para atingir um recorde anual em 2020. A entidade acrescenta que as primeiras indicações apontam para um novo aumento na produção neste ano.
De acordo com o comentarista Benedito Rosa, o impacto do aumento do preço dos alimentos prejudica duplamente as camadas mais pobres. “Atinge os países com menor desenvolvimento e uma parcela da população que tem mais dificuldades de se alimentar a preços elevados”, afirma.

Visto que o Brasil é um país exportador, os preços altos de alimentos geram um problema grave internamente. “Temos um nível de exportação bastante atrativo, mas internamente há esses desequilíbrios. Em fevereiro, houve um aumento de 0,83% da inflação”, completa.

“Em um país que está numa circunstância como o Brasil, com um grande potencial de produção, mas diante de desencontros entre oferta e demanda, temos que tomar uma atitude: aumentar a produção”, finaliza.