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Daoud: Discussão sobre meio ambiente exige coerência e bom senso

“Brasil é soberano, mas não podemos ser negligentes. Teremos um rombo de R$ 1 trilhão em 2021 e precisamos de dinheiro de fora”, falou o comentarista

Em uma semana que o governo brasileiro foi pressionado tanto por investidores internacionais como pelo empresariado brasileiro, fica claro que a questão ambiental pode ser um divisor de águas para a economia brasileira nos próximos anos.

Os investidores cobram uma postura mais enérgica do governo no desmatamento ilegal da Amazônia e, na opinião do comentarista Miguel Daoud, é preciso tratar com seriedade esta questão. “Esse assunto é muito importante para o Brasil. Às vezes tomamos uma posição a favor do produtor rural, que vive em uma situação muito difícil em relação a várias coisas. Mas nessa questão da Amazônia, nós não podemos tratar dessa forma. Em um passado recente, nós demonizamos aqueles que criticavam a Amazônia. Apesar de defender o governo Bolsonaro, eu não vou enfiar a minha cabeça no buraco e achar que está tudo bem”, disse.

Segundo ele, essa questão do desmatamento é antiga e o governo brasileiro não deve tratar isso como um “nós contra eles”. Falam que o agro é competitivo e as pessoas estão atacando o Brasil por causa disso, mas quem compete com a gente são os EUA, não é bem por aí. Uma coisa é o bioma amazônico, outra é a Amazônia Legal, com Pará e Mato Grosso, e ali há problemas de legalização. O governo precisa falar que é a favor da preservação, pois nós vamos entrar em um rombo gigantesco e se deixarem de investir aqui”, completou

Segundo Daoud, os fundos que estão cobrando do Brasil possuem regras e são obrigados a tirar o dinheiro de lugares que não seguem essas regras. “Aquela declaração do ministro Salles falando que vai passar a boiada, acaba pegando mal e prejudica o Brasil. O Brasil é soberano, mas não podemos ser negligentes. Teremos um rombo de R$ 1 trilhão em 2021 e precisamos de dinheiro de fora”, finalizou.