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Efeito da pandemia deixa feijão carioca 45% mais caro em setembro

Marcelo Lüders, presidente do Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe), fala sobre a situação da cultura e expectativa para o ano de 2021

O preço do feijão brasileiro atingiu maior valor da história em 2020. O auxílio emergencial do governo, vigente até dezembro, contribui para a demanda aquecida do produto indispensável na mesa do brasileiro e uma pesquisa da Fecomércio São Paulo mostra que o tipo carioca teve alta de 45% em setembro na comparação com o mesmo período de 2019.

Segundo o presidente do  Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders, há algumas diferenças nos cenários que explicam essa alta tão elevada.  No ano passado tivemos estoque de passagem, nesse ano tivemos problemas climáticos, tivemos diminuição de área por conta do plantios de soja e milho e tivemos a Covid19, que pelos números até agora, 150 mil toneladas feijões foram consumidas a mais ao longo de seis meses”, disse.

Sobre área plantada, apesar de o governo prevê uma alta, Lüders não temos essa impressão. “O estímulo que vem da soja e milho é o preço que ele sabe quando vai colher, e o feijão depende dos preços que estará na época que ele for colher. Não há o atrativo do preço futuro para o feijão”, disse.

Sobre o cenário pós-pandemia, ele diz acreditar que o mercado de feijão deve continuar aquecido. “Após a pandemia, infelizmente os tempos não devem ser fáceis e possamos sentir a dificuldade em algum grau e, sempre que tem crise econômica, se tem o aumento da proteína vegetal, como é o caso do feijão”, finalizou.