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Produtores do RS temem novo período de seca e prejuízo na safra de milho

Mesmo com o tempo seco, o estado já plantou 66% da área destinada ao milho; confira a situação das lavouras

Quando os estragos com a última estiagem pareciam ter ficado para trás, o tempo seco volta a trazer preocupação no preparo das lavouras no Rio Grande do Sul. Nessa região, os produtores de milho, que este ano vão aumentar a área destinada ao grão, aguardam pelas chuvas para dar sequência ao manejo das lavouras. Em Água Santa, região nordeste do Rio Grande do Sul, o produtor Irineu Orth vai plantar milho em 30% da propriedade, como nos últimos anos. No entanto, a falta de chuva já deixa o produtor preocupado.

“A expectativa é preocupante em função daquilo que se antevê de pouca chuva neste período, mas vamos ter fé em Deus para que ela [chuva] seja boa, que seja normal e que possamos ter uma safra normal. De toda forma, a parte do agricultor, a gente faz corretamente, com todas as aplicações de químicos, usando o máximo de tecnologia e o fator mais importante é justamente o clima. Não só a chuva, como o clima como um todo” , disse.

O engenheiro agrônomo Sérgio Jean Amorim percorre as propriedades rurais de Santo Ângelo para conferir de perto a situação das lavouras. Em suas visitas, ele tem percebido que a chuva já compromete o desenvolvimento do milho.  “Como vocês podem ver, essa lavoura, nos próximos dias, estará definido o seu potencial produtivo. O que se fala, hoje, são 30% de quebra. No entanto, se não não houver chuvas significativas em todo o estado nos próximos dias,  esse índice poderá se elevar para 40% ou 50%”, contou.

No município de São Luiz Gonzaga, a irrigação está garantido a produção nesses dias de tempo seco, segundo informou o presidente da Fecoagro do Rio Grande do Sul, Paulo Pires. “Onde nós temos a irrigação, ainda temos água suficiente, mas mesmo assim o pessoal torce por chuva porque, se não começar a molhar em outubro, que é um mês característico de muita chuva no Rio Grande do Sul, pode acarretar em falta de água lá na frente para irrigação”, disse.

Mesmo com o tempo seco, o Rio Grande do Sul já plantou 66% da área destinada ao milho, segundo Rogério Mazzardo, gerente de Planejamento da Emater (RS). “Estimamos para a safra de milho 2020/2021 uma área superior a 786 mil hectares. Uma variação de 4, 7%  se comparado com safra 2019/2020, que foi de 751 mil hectares. Estimamos também uma produção de 5,937 milhões de toneladas, ou seja, uma variação positiva 43,05% se comparado com a safra 2019/2020, que foi de 4, 150 milhões de  toneladas. Essa safra foi severamente afetada pela estiagem que ocorreu no estado”, falou.