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Pronaf Mais Alimentos: com forte demanda, governo já realocou R$ 1,9 bi

O total de recursos disponibilizados nesta linha, até o momento, é 14,5% maior que o previsto no Plano Safra 2020/2021

A partir deste sábado, 1º, a linha de investimento do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Mais Alimentos terá um novo aporte, de R$ 1 bilhão. O Ministério da Agricultura e o Banco Central decidiram remanejar 5% do montante de crédito destinado a custeio para a outra modalidade.

De acordo com o diretor de financiamento e informação da secretaria de Política Agrícola da pasta, Wilson Vaz de Araújo, a decisão foi tomada após conversa com representantes do sistema financeiro para ter certeza de que não faltariam recursos. “A grande demanda de financiamento de custeio acontece em setembro, outubro e novembro, quando temos o plantio da safra de verão. Agora, de certo modo, reduz muito e os investimentos continuam fortes”, diz.

Esse será o segundo aporte de crédito feito pela pasta para esta modalidade no Plano Safra 2019/2020. Em relação ao recurso original, a linha de investimento do Pronaf já recebeu R$ 14,8 bilhões, acréscimo de 14,5% (R$ 1,9 bilhão) em relação aos R$ 12,9 milhões programados inicialmente.

No dia 10 de janeiro, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) suspendeu os pedidos de crédito do Pronaf Mais Alimentos, alegando esgotamento de recursos. Preocupadas, entidades que representam pequenos e médios produtores, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), manifestaram-se junto ao Ministério da Agricultura e pediram por crédito extra.

O Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro) e o Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais (Moderagro) também foram suspensos pelo BNDES. Não há previsão de aporte para essas duas linhas.

Mesmo assim, Araújo acredita que a situação está sob controle. “O BNDES faz essa interrupção por uma precaução, porque foram encaminhadas para ele, por diferentes agentes financeiros, um volume de propostas que, se efetivamente contratadas, serão utilizados todos os recursos que já estão alocados. Agora é necessário acompanhar a contratação dos pedidos encaminhados”, comenta.

Mais dinheiro injetado

No Plano Safra 2020/2021, foram destinados aos programas de crédito agrícola quase R$ 2 bilhões a mais do que no ano-safra anterior. Porém, a procura pelos recursos foi maior.

Para o Moderagro foram disponibilizados R$ 1,2 bilhão nesse plano safra. Desse total, 72% dos fundos já foram contratados nos primeiros seis meses.

No Inovagro, situação parecida: foram liberados R$ 1,5 bilhão, e até dezembro 72% dos recursos já haviam sido utilizados.

O Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos (Moderfrota) recebeu cerca de R$ 9,7 bilhões. Só foi utilizado 45% disso até agora, mas com as feiras agropecuárias chegando, há quem tema que falte crédito para aquisição de maquinários.

“No ano passado, tivemos um esgotamento de recursos perto de abril/maio. Este ano, digo que a situação é muito mais confortável para o financiamento desse segmento”, tranquiliza Araújo.