A produção agroindustrial brasileira registrou uma expansão de 2,5% em setembro de 2023, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi puxado pelo crescimento de 9,6% na produção de carne bovina, que compensou a queda de 1,6% na produção de soja.
O setor de insumos agropecuários, por outro lado, registrou uma queda de 8,3%, a oitava consecutiva. A contração é esperada, uma vez que o ano de 2022 foi marcado pelo grande esforço na produção brasileira para garantir a oferta de fertilizantes e defensivos, a qual foi ameaçada pela Guerra na Ucrânia.
Dessa forma, o setor iniciou 2023 com estoques de passagens bem expressivos, o que está impedindo o aumento da produção nesse ano.
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Adicionado a isso, nota-se uma redução na demanda por insumos agropecuários (fertilizantes e defensivos) para a safra de inverno de milho, uma vez que, com a queda do preço e a margem mais estreita, os produtores vêm atrasando o plantio.
Além disso, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), há uma redução na projeção da área plantada de milho, o que impacta negativamente na demanda pelos insumos agropecuários.
A produção de alimentos de origem animal também cresceu, porém, em uma menor proporção (2,6%) – esse crescimento foi derivado de uma expansão forte de carne bovina (9,6%), que foi contrabalanceada por um crescimento não tão intenso de carne suína e de aves (0,7%).
Análise
De acordo com o economista e pesquisador da FGV Agro Felippe Serigati, o resultado da produção agroindustrial é positivo, mas ainda é necessário acompanhar a evolução dos próximos meses para avaliar o desempenho do setor no ano.
“A queda nos insumos agropecuários é esperada, mas é importante monitorar a demanda para a safra de verão, que é a principal safra do ano”.
Ainda segundo ele, “o crescimento da produção de carne bovina é uma boa notícia, pois indica que a demanda por proteína animal continua forte. O aumento da produção de carne suína e de aves, por outro lado, é mais lento, o que pode ser um sinal de que a demanda por esses produtos está diminuindo”.
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