El Niño e logísitica preocupam agronegócio em 2016 | Canal Rural

El Niño e logísitica preocupam agronegócio em 2016

Excesso de chuvas trazido pelo fenômeno climático na época da colheita e fragilidade da infraestrutura brasileira podem comprometer a competitividade do país no mercado de grãos 

Fonte: Edilmar Américo/Arquivo Pessoal

Lideranças do agronegócio reunidas em simpósio em São Paulo nesta quinta-feira, dia 26, veem com apreensão o mercado de grãos em 2016, em função da infraestrutura precária do país e da ocorrência do El Niño, que pode provocar chuva na época da colheita.

Um eventual excesso de precipitação em fevereiro provocado pelo fenômeno climático em fevereiro, por exemplo, traria complicações na logística e atrasaria o programa de escoamento da safra, na opinião do presidente e CEO da Bunge Brasil, Raul Padilla.

Mato Grosso é um exemplo bem acabado da fragilidade do sistema de escoamento de grãos. O estado é o que mais produz soja, milho, algodão e tem a maior criação de gado do Brasil. No entanto, na avaliação do próprio governo local, tem uma das menores e piores malhas rodoviárias do país.

O gargalo logístico passa pela lenta duplicação da BR-163, obra que está com o repasse de verbas federais atrasado. Os portos da Região Norte podem ajudar no escoamento de grãos, assim que as rodovias estiverem em melhores condições.

O vice-governador mato-grossense, Carlos Fávaro, afirma ainda que faltam 122 km a serem pavimentadas na BR-163 no Pará, o que estaria reduzindo a competitividade dos dois estados e, portanto, do Brasil.

A ampliação da malha ferroviária é uma das reivindicações do agronegócio, mas não é o plano de empresas do setor. A estratégia da Rumo ALL, por exemplo, é melhorar as condições das linhas já existentes.

Entre as obras apontadas por Rubens Ometto, presidente do conselho do grupo Cosan, ao qual pertence a empresa, estão a melhoria das vias permanentes e das passagens de nível em cidades, aumentando também ainda o número de vagões e de terminais. 

“Antes de se pensar em novas ferrovias, vamos maximizar o que tem aí, vamos extrair o que há de melhor. O investimento por tonelada por quilômetro é muitas vezes inferior do que você fazer uma coisa nova”, afirma Ometto.

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