Soja Brasil

Confira a análise da Conab sobre a condição das lavouras de soja de seu estado!

Entidade destaca a situação das lavouras dos principais estados produtores do grão, assim como andamento do plantio e condição das plantas

Nesta quinta-feira, 10, a Companhia Nacional de Abastecimento divulgou suas perspectivas para a safra de soja do Brasil 2020/2021. Junto com ela a entidade destacou as condições que observou, em campo, sobre as lavouras nos principais estados.

De maneira geral, a Conab acredita que o plantio da safra de soja se encaminha para a fase final no Brasil, com o clima trazendo impactos pequenos nas produtividades.

“O plantio está em fase final na maior parte das regiões produtoras, com as oscilações climáticas impactando negativamente o ritmo das operações. No entanto, com a expectativa de normalização hídrica, não se espera graves comprometimentos nos níveis de produtividade. Com a regularização do clima, é esperada produção recorde de 134.451,1 mil toneladas, representando incremento de 7,7% em relação à safra anterior”, afirma a Conab.

Confira abaixo a análise nos principais estados:

Rondônia

Segundo a Conab, a semeadura da soja da primeira safra já terminou por lá. O plantio da segunda safra deverá ter início em janeiro, quando os primeiros talhões do plantio anterior estiverem sendo colhidos, estendendo se até à primeira quinzena de março. Em fevereiro será totalizada a semeadura final, estimando-se o plantio superior a 50% da cultura, neste mês.

“É importante registrar que foi alterada a data do vazio sanitário, e o novo período se estende de 5 de junho a 5 de setembro. Em alguns municípios houve relatos de replantio por conta do estresse hídrico. A heterogeneidade nos talhões é um fato, observando-se estágios, desde germinação à floração”, diz a Conab.

Bahia

A Conab conta que os plantios por lá foram iniciados a partir de outubro, primeiro com o cultivo irrigado e avançando nas lavouras de sequeiro, conforme a regularização das chuvas.

“Estima-se um aumento de 3,7% da área cultivada em relação à safra anterior. Esse ganho é resultado da migração para a soja, de áreas cultivadas com algodão na safra passada. O plantio atinge 80% da área total, incluindo cultivo de sequeiro e irrigado, uma vez que a semeadura do plantio irrigado já foi finalizada, restando a conclusão do cultivo de sequeiro.”

Tocantins

A cultura da soja se encontra com 80% da área semeada em razão do bom volume de chuvas registrado no início de novembro, afirma a Conab em seu relatório. Os produtores aceleraram o plantio da cultura, com finalização prevista para a primeira quinzena de dezembro.

“Houve relatos de replantio em algumas áreas devido à irregularidade do período chuvoso em outubro e novembro. Contudo, as lavouras apresentam bom estado de desenvolvimento. A expectativa geral para o grão é de crescimento da área plantada e produção em torno de 3,9%, atingindo 1.120 mil hectares em razão dos altos investimentos dos agricultores em insumos e sementes e ainda expansão de novas áreas”, diz.

Maranhão

Segundo a Conab, o plantio atingiu 49% do total previsto, tendo iniciado em outubro na maior parte do sul e em municípios do oeste e centro. Diversos municípios das regiões oeste, centro e leste, iniciarão o plantio em dezembro e janeiro de 2021, com a estabilização das chuvas.

“As regiões de Chapadinha e Baixo Parnaíba Maranhense realizarão o plantio em janeiro e início de fevereiro de 2021. A colheita ocorrerá entre fevereiro e junho de 2021. A expansão de área de soja, sobretudo na região centro-sul, é resultado da alta lucratividade observada desde a safra 2019/20. Estima-se aumento de área na safra 2020/21 em relação à safra anterior, em torno de 2,5%, ultrapassando 1 milhão de hectares.”

Pará

A estimativa da Conab para a safra 2020/2021 diminuiu um pouco, uma vez que a segunda região produtora de soja, o sul do estado, apresentou clima muito instável e já foi semeada cerca de 80% do total previsto, com informações de ocorrência de replantio. A área estimada é de 623,2 mil hectares.

“A região de Paragominas se encontra em pleno preparo de área, e as informações prestadas dão conta de chuvas satisfatórias, e a janela de plantio pode ser antecipada para dezembro. Paragominas, Ulianópolis, Dom Eliseu e Rondon do Pará detém mais de 60% da soja do estado e se encontram na mesma região.”

Piauí

O plantio foi iniciado na segunda quinzena de outubro, quando a umidade do solo já apresentava níveis que permitiam o início dos trabalhos. Segundo a Conab, a cultura já está com cerca de 75% da área semeada, apresentando um bom ritmo de evolução e avançado, se comparado à safra anterior.

“Do total semeado 30% se encontra em germinação, 68% em desenvolvimento vegetativo e 2% em floração. Até o momento, a lavoura implantada apresenta boas condições. Na safra 2020/21 deve ocorrer um aumento médio na área na ordem de 5,2% devido à abertura de novas áreas e migração de milho e algodão para soja. Dessa forma, a princípio, espera-se que a área alcance 798,4 mil hectares.”

Mato Grosso

O plantio se encaminha para o fim, com 99,7% já semeado até o final de novembro. Segundo a Conab, após o atraso inicial das chuvas, foi registrado um ritmo muito intenso de plantio, com concentração de mais de 80% da área plantada nas quatro semanas entre a metade de outubro e a metade de novembro.

“Apesar de o plantio estar praticamente completo e as chuvas terem se estabelecido em âmbito estadual, é importante destacar que elas se encontram abaixo do volume ideal, fato que gerou replantio de forma generalizada em todo o estado, ainda que restrito à pequena fração da área na maior parte dos municípios. A ressemeadura ocorreu principalmente nas áreas em que a oleaginosa foi implantada entre o final de setembro e o início de outubro. “

A Conab ainda destaca que devido a concentração da semeadura em um curto intervalo de tempo, destaca-se a opção de muitos produtores por utilizar cultivares distintas, com ciclos diversos, de modo a mitigar o risco inerente a esta concentração.

“Ainda não se pode confirmar queda de produtividade média, motivada pela escassez de chuvas, pois as lavouras ainda podem se recuperar, caso haja condições climáticas favoráveis, e os produtores anseiam por maior volume de chuvas para as próximas semanas, nas quais haverá a predominância do estágio de floração das lavouras. Estima-se 3,6% das lavouras em emergência, 86,2% em desenvolvimento vegetativo, 9,5% em floração e o restante, pouco mais de 0,6%, em enchimento de grãos.”

Mato Grosso do Sul

A semeadura está com 98,5% das lavouras plantadas em todo o estado. Segundo a Conab, devido ao baixo acumulado hídrico em novembro, muitas áreas começam a demonstrar sintomas de estresse, onde algumas, localizadas em solos mais arenosos, já indicam a necessidade da ressemeadura quando do retorno das chuvas. A situação só não é pior devido à maior parte das lavouras estarem em desenvolvimento vegetativo, estágio onde a soja apresenta menor demanda hídrica.

“Até o momento, aproximadamente 0,7% da área estadual deverá ser replantada devido a casos pontuais de trombas d’água, ocorrência de granizo e comprometimento grave da capacidade produtiva devido à falta de umidade no solo. O controle de plantas daninhas está sendo realizado, seguindo o monitoramento, e o que mais tem chamado a atenção dos produtores é a elevada presença de milho germinado da safra anterior (segunda safra), conhecido com tiguera. As lavouras que iniciaram o florescimento começaram a receber a primeira dose preventiva de fungicida. O estágio da cultura está com 19% em germinação, 74% em desenvolvimento vegetativo e 7% em floração.”

Goiás

O plantio da soja se encontra em 98,7% das áreas plantadas. Segundo a Conab, durante a segunda semana de novembro, a ocorrência de chuvas mais pesadas ocasionou a formação de selamento superficial e crosta após secagem do solo em áreas recém-plantadas, ocasionando problemas na formação de estandes em algumas lavouras onde as sementes não apresentaram o vigor necessário para emergência.

“Foram relatados casos de replantio e de interrupções nas operações de plantio em virtude da escassez e principalmente irregularidade das chuvas nas regiões. Casos mais isolados de ocorrência de chuvas de granizo em lavouras nos estágios iniciais de desenvolvimento também foram relatados como causas de replantio. Novembro iniciou com forte veranico durante a primeira semana e encerrou com escassez e desuniformidade nas precipitações. Alguns municípios visitados sofrem com mais de 13 dias sem chuvas, o que começa a preocupar os produtores. As lavouras se encontram, em sua maioria, com 81% em desenvolvimento vegetativo, 5% ainda estão em emergência e 14% já iniciam a fase de floração.

Minas Gerais

O plantio atinge 70% do total. Segundo a Conab, o ritmo de plantio é intenso em razão da expectativa de incremento no plantio do milho segunda safra.

“Há relatos que o atraso das chuvas gerou uma predileção para o plantio das variedades com menor ciclo produtivo, de forma a não perder a janela do plantio da segunda safra. Nas áreas já semeadas, estima-se que as lavouras estejam nos estágios de emergência 45% e 55% em fase de desenvolvimento vegetativo.”

São Paulo

Segundo a Conab, os produtores intensificaram o plantio, aproveitando o período pós-chuvas, que garantiu maior disponibilidade de água no solo.

“A mecanização do plantio permite que se acelere as operações, de forma a aproveitar mais a disponibilidade hídrica, lembrando que a janela máxima para a leguminosa se encerrou em 15 de novembro. Os altos valores de comercialização da soja incentivam os produtores a tomar decisões de plantio mais arriscadas, inclusive fazendo o plantio no pó. As lavouras que já estão plantadas se encontram, em sua maioria, no estágio de desenvolvimento vegetativo. A área de soja está projetada crescer 4,72% em relação ao período anterior.”

Paraná

Segundo a entidade, no extremo oeste do estado, o atraso no plantio foi de mais de 4 semanas. Na média do estado, estima-se um atraso de 2 semanas.

“Devido ao plantio sem as condições de umidade ideais, quase 30% das lavouras se encontram em condições regulares ou ruins. Espera-se que as chuvas ocorram de forma regular nos próximos dias, o que seria benéfico para as lavouras castigadas pela seca e que agora estão em fase reprodutiva.”

Santa Catarina

Segundo a Conab, a soja apresenta condições ligeiramente melhores de desenvolvimento quando comparada a do ano anterior.

“O plantio, que estava atrasado aguardando condições climáticas favoráveis, com as últimas chuvas, conseguiu retomar o ritmo e já atingiu 82% da área prevista, de 684 mil hectares, cerca de 0,5% maior que a safra anterior. Neste período, em 2019, já havia sido semeada 90% da área prevista. Esse atraso deve fazer com que os produtores optem por milho para silagem ou feijão, como segunda safra.”

Rio Grande do Sul

Por lá a semeadura da soja atingiu 50% da área prevista, ante os 5% verificado no levantamento anterior segundo a Conab. Em relação à safra anterior é observado atraso nos processos, já que naquele mesmo período havia cerca de 76% da área semeada.

“O atraso foi decorrente de forte estiagem que atingiu o estado na primavera, reduzindo a umidade do solo a níveis críticos. Ainda assim, mesmo sem chuvas constantes e volumosas, os produtores foram gradativamente realizando a semeadura, quando alguma pancada de chuva ocorria. Houve também escalonamento de semeadura e, mais recentemente, com a previsão de chuvas generalizadas, uma significativa semeadura em solo seco. Apesar disso, as lavouras estão com um crescimento dentro do esperado. A região em que a estiagem foi maior, na metade oeste do estado, é também aquela com menor porcentagem da área semeada, de 10 a 40%, enquanto que no centro, sul e leste já ultrapassou os 50%. Nos próximos dias a semeadura deve chegar à totalidade da área.”

Como é feita a análise

Segundo a Conab, o levantamento é fruto do trabalho realizado por cerca de 80 técnicos das superintendências regionais, distribuídas em todas as Unidades da Federação.

“Neste momento, além da pesquisa subjetiva, é utilizado métodos que envolvem modelos estatísticos, pacotes tecnológicos modais das principais culturas em diversos locais de produção, acompanhamentos agrometeorológicos e espectrais, bem como outras informações que complementam os métodos citados.”

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