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Soja: Brasil pode colher até 166 milhões de toneladas em 2028/2029, diz Fiesp

Segundo a entidade, apesar de todas as incertezas do cenário mundial, as perspectivas para a soja continuam favoráveis e a produção brasileira deve seguir crescendo de forma sustentada

Que a soja é uma das culturas com maior potencial de expansão no mundo, ninguém tem dúvidas. Visto o potencial de consumo, que só cresce, trazendo boa rentabilidade aos produtores. A atualização de um estudo de acompanhamento da Fiesp, de longo prazo, chamado Outlook Fiesp, mostrou que a produção de soja do Brasil pode chegar a 166 milhões de toneladas em 2028/2029, 44% a mais que as 115 milhões de toneladas da temporada 2018/2019.

Vale ressaltar, antes de mostrar os dados, que a Fiesp afirmou que suas projeções novas levam em consideração as conjunturas atuais e pandemias já instaladas, mas não preveem problemas futuros.

Segundo dados da Fiesp, de 2008 até 2018 a produção de soja no Brasil cresceu 7,1% em média por ano, enquanto no mundo o crescimento foi de 4,6% no período. Já de 2019 até 2029 a perspectiva é de um incremento anual um pouco menor que o anterior, em torno de 3,7% no Brasil, o que faria o país colher em 2028/2029 uma safra de 165 milhões de toneladas. Já o mundo iria aumentar apenas 2,7% por ano até 2029.

“A continuidade da ocidentalização de hábitos alimentares, bem como o aumento dos padrões sanitários da produção agropecuária chinesa, tende a ditar o ritmo de crescimento da demanda global por soja no longo prazo. Isso reforça o crescimento do uso de grãos para a elevação tecnológica da produção de carnes e a ampliação das importações chinesas de carnes de países de alto padrão sanitário, como é o caso do Brasil”, afirma a Fiesp.

Enquanto a produção brasileira de soja deverá crescer 44% de 2018/2019, para 2028/2029, a área plantada terá um incremento de apenas 24%, passando dos atuais 35,8 milhões de hectares, para pouco mais de 44,2 milhões de hectares. Ou seja, o ganho de produtividade é quem ajudará o país a chegar ao resultado esperado.

“Haverá continuidade da expansão de área em um ritmo mais modesto do que acompanhamos até agora, mas ganhos de produtividade devem proporcionar aumentos da produção, garantindo a competitividade da soja nacional. A incorporação de novas tecnologias no campo será fundamental para que o setor siga sua trajetória de sucesso”, afirma a entidade.

Destino para toda essa soja

Se de um lado há a perspectiva de uma safra com bom potencial de crescimento, na outra ponta há a perspectiva de uma demanda crescente pelo grão.

Assim como na produção, o incremento do volume de soja exportado pelo Brasil até 2018 deve crescer mais que daqui para frente. Ou seja, cresceu a uma média de 13% ao ano de 2008 até 2018 e deve crescer a uma taxa média de 4,1% daqui até 2029.

Segundo dados da Fiesp, o Brasil deve aumentar em pelo menos 50% o volume exportado até 2029, passando dos quase 70 milhões de 2018/2019, para pouco mais de 104,6 milhões de toneladas.

O consumo interno da soja também deve crescer bastante nesse intervalo, passado dos atuais 45 milhões de toneladas por ano, para pouco mais de 61,3 milhões de toneladas.

“Apesar de todas as incertezas do cenário mundial, as perspectivas do setor de soja continuam favoráveis e a produção brasileira deverá seguir crescendo de forma sustentada nos próximos anos”, afirma a Fiesp.

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