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Produtores pedem socorro a munícipio por soja avariada e estradas destruídas

Tem produtor de Nova Maringá com mais de 60% da soja avariada. Além disso, excesso de chuvas impede transporte da colheita realizada

O excesso de chuvas no município de Nova Maringá (MT) está trazendo dor de cabeça aos produtores. Além de não conseguirem entrar nas lavouras para colher a soja já pronta, o que já foi colhido não consegue ser transportado, já que as estradas da região estão em péssimas condições de conservação. Diante disso tudo, produtores exigem que o município decrete situação de emergência, pois alguns não terão soja para cumprir as vendas antecipadas, ou não conseguirão transportar para atender o contrato.

Nem é preciso procurar muito para identificar áreas de soja completamente alagadas na região. Muitas ainda nem conseguiram completar a colheita e, a soja que resta no campo, será prejuízo certo.

“As chuvas intermitentes e de altos volumes estão trazendo muitos prejuízos para as nossas lavouras. As janelas de colheitas estão muito pequenas e a entrada das máquinas só acontece em poucas horas do dia. O grão que sai dali vem com alta umidade e avariados”, diz o agricultor Lázaro José Pletsch.

SOJA MATO GROSSO, GRÃO AVARIADO
Foto: Pedro Silvestre

Segundo o Sindicato Rural do município, já tem áreas com mais de 60% de grãos de soja avariados.

“Boa parte dessa soja deitada ai a máquina nem consegue recolher mais. Depois de dez dias chovendo, ontem saiu o sol para alguns produtores. Temos propriedades com mais de 60% de soja avariada. Situação calamitosa para nós aqui”, diz o presidente da entidade, Alexandre Pizzolato.

SOJA MATO GROSSO, GRÃO AVARIADO
Foto: Pedro Silvestre

Se engana quem pensa que a preocupação acaba com o grão colhido. Ainda é preciso fazer a secagem dessa soja. Além de aumentar o custo, o excesso de umidade dos grãos gera um trabalho mais demorado.

SOJA MATO GROSSO, GRÃO AVARIADO
Foto: Pedro Silvestre

“Com a alta umidade o processamento da soja é muito demorado, causando ainda mais transtornos. Pois o caminhão demora para chegar ao armazém, descarregar e voltar, então ficamos parados nas lavouras com as colheitadeiras sem caminhões”, ressalta Pletsch.

Estradas atrapalham escoamento

Já diz o ditado “como miséria pouca é bobagem”, no escoamento da produção aparecem mais obstáculos. A cadeia produtiva está angustiada com a péssima condição das estradas que levam os grãos aos armazéns. a rodovia estadual MT-488, é um importante corredor no transporte da soja e está em péssimas condições.

SOJA MATO GROSSO, GRÃO AVARIADO

“O frete é bom, mas não tem estrada. Se chegar, não sabe se volta. Estão esburacadas, cheias de lama e atoleiros”, lamenta um caminhoneiro.

SOJA MATO GROSSO, GRÃO AVARIADO

SOJA MATO GROSSO, GRÃO AVARIADO
Foto: Pedro Silvestre

Silos viram opção

Para tentar amenizar a ansiedade pela falta de caminhões para transporte, produtores estão optando por estocar o grão em silo bags. A solução ajuda de um lado, mas não resolve todos os problemas, já que os contratos para entrega dos grãos começam a vencer.

“A situação é complicada, tem produtor que vendeu em torno de 70% a 80% da sua produção e não sabem se vão ter soja para entregar. Pedimos para a nossa atual administração que decrete estado de emergência para o município em função das chuvas. Não estamos conseguindo colher e, o que conseguimos, está travado no armazém e nas estradas. Não temos acessos a asfalto em nenhum lado. Em várias ocasiões ficamos ilhados aqui”, afirma o presidente do sindicato rural.

SOJA MATO GROSSO, GRÃO AVARIADO

A Aprosoja-MT já deu algumas dicas para que os produtores não fiquem com o prejuízo todo na mão.

“A orientação que nós estamos dando aos produtores é que façam relatos, construam provas, laudos em cima dessas áreas perdidas. Sabemos que não resolve o problema, mas é preciso ter um amparo quando for discutir algum contrato que, porventura, não venha a ser cumprido em função das perdas climáticas”, diz o presidente da entidade, Fernando Cadore.

Em nota resposta, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) afirmou que sabe da situação e irá verificar por qual razão a situação das estradas está assim. Confira abaixo:

A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) esclarece que existe um convênio firmado junto ao Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico Social e Ambiental do Alto do Rio Paraguai para a execução de serviços de manutenção na rodovia não-pavimentada MT-488, em Nova Maringá. Por meio desse convênio, a Sinfra repassa recursos financeiros para que o consórcio tenha condições de assegurar a trafegabilidade pela rodovia. Sendo assim, a Sinfra vai verificar o motivo pelo qual os serviços não estão sendo executados a contento.

Além disso, já foi emitida a ordem para o início das obras de pavimentação de 81 quilômetros das MT-492 e MT-249, realizada pelo Governo do Estado em parceria com as prefeituras de Nova Maringá e São José do Rio Claro. A pavimentação entre as duas cidades vai permitir ainda a interligação de Nova Maringá diretamente às rodovias federais BR-163 e BR-364 com maior rapidez e segurança.

SOJA MATO GROSSO, GRÃO AVARIADO
Foto: Pedro Silvestre

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