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MERCADO

Reação internacional nos preços da soja chegará ao Brasil?

Consultor lembra que durante o mês de junho, o preço da saca subiu cerca de 13 reais no país, mas ainda está aquém dos patamares de Chicago

O mercado brasileiro de soja começou esta semana sem grandes movimentações. No entanto, em Chicago, os contratos futuros estão sendo impulsionados pela preocupação com o clima nos Estados Unidos.

De acordo com o consultor Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócios, o fim do acordo de escoamento dos grãos no Mar Negro é outro ingrediente que pesa na alta dos preços internacionais.

Nesse cenário, a soja subiu quase 4%, ao passo que outros produtos, como milho, trigo e óleo de soja também tiveram altas expressivas na conjuntura global.

“Para se ter uma ideia do que isso representa no Brasil, em meados de junho, somando as questões do clima nos Estados Unidos e o impacto da quebra do acordo no Mar Negro, com o acirramento da guerra entre Rússia e Ucrânia, a soja subiu R$ 13 a saca no mercado disponível para o produtor brasileiro”.

Aumento no Brasil ainda é tímido

Apesar de a saca de soja ter aumentado no mercado internacional, o acréscimo no Brasil não acompanha com a mesma força, conforme Cogo.

“Estamos com problemas de logística, de escoamento, prêmios negativos nos portos, sendo que esses prêmios só devem subir a partir dos embarques em agosto e setembro. Então esses problemas não permitem que os preços respondam na mesma proporção”.

No entanto, o consultor ressalta que o mercado interno e o externo sempre se convergem. “Mais cedo ou mais tarde essa alta que está se consolidando no mercado externo vai ser transferida para o Brasil. Ela já representa preços mais altos no mercado disponível e, principalmente, nos preços futuros para a colheita em 2024”.

Impacto da safra de soja nos Estados Unidos

lavoura de soja nos Estados Unidos
Foto: Pixabay

Cogo lembra que 57% das lavouras de soja norte-americanas estão em condições de seca, sejam leves ou mais severas.

“Há também uma queda na área de soja acima da prevista nos Estados Unidos, a produção já se sabe que é menor, há falta de umidade no solo. Final de julho e agosto serão meses decisivos, mas já se sabe que o potencial da soja nos Estados Unidos está comprometido”.

Segundo ele, esses fatores vão consolidar novos patamares de preços para a soja no mercado futuro e no mercado brasileiro. “O produtor precisará ter muito cuidado. Estamos com o dólar se aproximando dos R$ 4,70 e isso é um dos responsáveis pela queda de preços no Brasil e que não permitiu que os preços reagissem na mesma proporção que reage em Chicago”.

Ciclo 2023/24 no Brasil

Foto: Embrapa Soja

O consultor da Cogo Inteligência lembra que o prêmio chegou a quase dois dólares negativos no contrato abril deste ano.

“Os embarques para janeiro de 2024 já estão com prêmios negativos de menos 50 cents em relação a Chicago. O embarque abril 2024, que já tem cotação, está menos 1,10 cents por bushel negativo contra Chicago”.

Segundo ele, essas condições já precificam uma condição de armazenagem e logística que deve se perpetuar para a safra 23/24. “O produtor terá de ter muita gestão e estratégia para vencer esses obstáculos no próximo ano”, conclui.

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