O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou nesta quarta-feira (12) o relatório de julho de oferta e demanda de soja para a safra 2023/24.
Segundo o órgão, o ciclo norte-americano da oleaginosa deverá ficar em 4,300 bilhões de bushels, o equivalente a 117,03 milhões de toneladas.
O número ficou acima da previsão do mercado, que era de 4,250 bilhões de bushels, ou 115,66 milhões de toneladas. No relatório anterior, a previsão era de 4,510 bilhões (122,74 milhões de toneladas).
Segundo o sócio-diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, os números surpreenderam o mercado, visto que o problemático início de safra dos Estados Unidos, com seca em expansão nos períodos vegetativos do grão, indicavam cortes produtivos maiores dos que os trazidos.
Estoques globais de soja
O relatório de julho do USDA projeta estoques finais em 300 milhões de bushels ou 8,16 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 206 milhões de bushels ou 5,61 milhões de toneladas.
Por outro lado, o Departamento reduziu a previsão de esmagamento de 2,310 bilhões para 2,300 bilhões de bushels. As exportações foram cortadas de 1,975 bilhão para 1,850 bilhão.
Segundo Pereira, apesar de o órgão ter trazido mais surpresas negativas do que positivas, a perspectiva de aumento da importação chinesa de soja é favorável ao Brasil. “Notamos um apetite muito grande da China com a soja, principalmente a brasileira”.
Preços no Brasil
O sócio-diretor da Pátria Agronegócios destaca que o mercado brasileiro da soja já reflete todo o negativismo observado em Chicago.
“Nesses próximos dias, já devemos ter preços da soja real física, tanto a disponível como a futura, resultando em quedas ofertadas ao produtor”. Segundo ele, o relatório do órgão norte-americano não foi agradável aos preços.