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Soja: Chicago volta atenções ao clima na América do Sul, diz analista

Estiagem nas lavouras do Sul e excesso hídrico nas plantações do Centro-Oeste e Sudeste, além da situação Argentina, demandam atenção

Os preços da soja ficaram muito firmes durante todo o ano de 2021 graças à recuperação de patamares mais elevados em Chicago e à elevação do câmbio. Essa é a avaliação do analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

“Contudo, agora é o momento de olhar para a safra nova. Estamos com o plantio praticamente finalizado, restando algumas poucas áreas no Rio Grande do Sul e em parte do Norte e Nordeste […]”, diz.

Segundo ele, as atenções se voltam para o clima, que é um fator que trouxe novo fôlego para Chicago nos últimos dias de 2021. “Percebemos que Chicago está um pouco nervoso com relação à situação das lavouras na região Sul [do Brasil] e à situação dos mapas climáticos de previsão. Até o momento podemos falar que temos problemas consolidados com as safras do Paraná”, constata.

Quanto ao Rio Grande do Sul, por conta do plantio mais tardio, ainda é cedo para falar em perdas relevantes, de acordo com Roque. “Mas, se confirmando as previsões climáticas, que apontam para um clima pouco úmido ao longo de todo o mês de janeiro e fevereiro, poderemos nos preocupar com as lavouras de soja do Rio Grande do Sul […], o que pode impactar a safra brasileira porque estamos falando de dois dos três maiores estados produtores [Paraná e Rio Grande do Sul]”.

De acordo com o analista, além da região Sul, outro fator que impacta Chicago é a situação da Argentina. “O fenômeno La Niña também costuma trazer pouca umidade para aquele país. No restante do Brasil, temos um panorama um pouco melhor, mas também preocupa os problemas envolvendo o excesso de umidade. Algumas lavouras da região Centro-Oeste e parte do Sudeste estão sofrendo com excesso hídrico, ao contrário da região Sul, o que pode atrasar os trabalhos de colheita”, afirma.

Roque acredita que Chicago continuará refletindo questões de clima no Brasil e possíveis perdas produtivas.