Soja Brasil

Saca de soja convencional é vendida por até R$ 50 a mais do que a geneticamente modificada

Ainda que 90% do mercado consumidor deste tipo de grão esteja na Europa, coordenador do Instituto Soja Livre afirma que China vem demonstrando interesse pela compra

Os preços da soja livre de transgenia está em patamar recorde. Na média, a saca vem sendo comercializada por até R$ 50 a mais do que a geneticamente modificada. Ainda assim, a área com a oleaginosa convencional em 2022/23 deve ocupar apenas 3% do total dedicado à cultura no país, de acordo com o Instituto Soja Livre.

Para o coordenador executivo da entidade, Eduardo Vaz, o cenário de alta se caracteriza, principalmente, pela simples relação de oferta e demanda. “Mato Grosso é responsável pela maior produção de soja convencional a nível nacional, mas, nos últimos anos, devido a uma pouca oferta de prêmios, os produtores não achavam tão vantajoso esse cultivo. Assim, a área reduziu e a procura aumentou, com os prêmio permanecendo atrativos em Mato Grosso e demais regiões do Centro-Oeste”.

De acordo com Vaz, conforme números do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o cultivo de soja convencional pode gerar incremento de 70% na rentabilidade líquida do produtor. “Mesmo com um custo de produção um pouco maior, a rentabilidade maior é fruto, principalmente, dos prêmios pagos. Hoje os prêmios, em média, variam de seis até sete dólares a mais por saca [em comparação à soja geneticamente modificada]”, conta.

Sementes de soja convencional

Os produtores começam a se preparar para o plantio da safra 2022/23 e o coordenador executivo do Instituto Soja Livre salienta que a disposibilidade por sementes de soja convencional está aquém da procura. “No entanto, a área de Mato Grosso [destinada ao plantio desta soja] deve aumentar, tranquilamente, entre 20% e 25%”, afirma.

Segundo ele, a Europa é o destino de cerca de 90% de toda a soja convencional produzida no país, mas também há procura pelos países asiáticos. “Estamos estreitando relacionamentos nos últimos tempos. No mês passado, por exemplo, tivemos reunidos com a Câmara de Comércio da China onde já se vê uma sinalização positiva para a aceitação da soja convencional nos moldes que já é produzida no cenário nacional”, destaca.

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Foto: Embrapa